Professores das redes de ensino da Bahia paralisaram as atividades e deixaram 1,6 milhão de estudantes sem aulas hoje, dos quais 460 mil em Salvador. Os docentes reivindicam aumento salarial entre 11% e 17%, dependendo da faixa salarial, com reajustes mais altos para as faixas mais baixas. A proposta, encaminhada à prefeitura da capital no dia 21, estava na pauta de votação da Câmara Municipal ontem, mas não houve quórum para a votação. Apenas seis vereadores compareceram, quando o mínimo estabelecido para uma sessão ordinária é de 14.
A votação pode ocorrer ainda hoje, e os professores prometem manter a paralisação até que o reajuste seja aprovado. Caso a votação seja realizada e o aumento não seja concedido, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia (APLB-Sindicato) informa que a categoria entrará em greve por tempo indeterminado. Uma nova assembleia dos professores já foi marcada para quinta-feira.
No caso da rede estadual, a paralisação de advertência, de 24 horas, é a segunda, de uma série de três, definidas pela última assembleia da categoria, realizada em maio. Os professores reivindicam rapidez no julgamento da reposição salarial de 11,98%, que teria sido a perda resultante da adoção, no Brasil, da Unidade Real de Valor (URV), moeda provisória que antecedeu o real. A próxima paralisação está prevista para agosto, em data a ser definida.
A cobrança pelo suposto prejuízo dos professores da rede estadual está na Justiça desde 2004. Naquele ano, foi dado ganho de causa aos docentes, mas o Estado recorreu da decisão. Segundo a Procuradoria-Geral do Estado, o governo da Bahia aguarda decisão final sobre a questão, a cargo do Supremo Tribunal Federal.