O governo e empresários brasileiros estão em Washington (EUA) esta semana para firmar parcerias com empresas e universidades norte-americanas em busca de inovações tecnológicas. Para isso, no primeiro dia da 2ª Conferência de Inovação Tecnológica Brasil-EUA, os brasileiros fizeram questão de transmitir o bom momento por que passa o país, não apenas na área econômica mas também em outros setores.
O Judiciário brasileiro foi colocado como uma das garantias essenciais para os investidores. A ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, explicou que é preciso dar garantia jurídica para que os contratos sejam respeitados e, além disso, dar rapidez às decisões que dependam da Justiça. “No mundo dos negócios, tempo é dinheiro”, concluiu.
Mas para que as parcerias deem certo, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri, prevê que é preciso ir além das garantias atuais. Segundo Arcuri, a Justiça brasileira precisa continuar evoluindo para acompanhar as inovações, assegurando transparência e o cumprimento do direito de propriedade intelectual. “É preciso ver o direito como uma plataforma de desenvolvimento e não como uma dificuldade na inovação”, conclui.
Durante um debate, promovido na Escola de Direito da Universidade de Georgetown, os norte-americanos mostraram ter conhecimento do ambiente favorável que o país criou nos últimos anos. O presidente da ABDI acredita que esse tipo de visão sobre o país tem efeitos positivos. Principalmente, na criação de produtos, onde vê um mercado promissor. “Uma boa parte dos produtos que estarão no nosso cotidiano em dez, 15 anos, sequer foi inventada ainda”, afirma.
Empresas brasileiras já têm conseguido desenvolver em conjunto com os norte-americanos projetos nas áreas de tecnologia de informação e energia. E, com isso, atraído investimentos para o setor. Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, é o momento oportuno para dar mais opções a quem quiser investir no país.
Para Barral, os norte-americanos têm mais experiência e um sistema de financiamento maior – o que o Brasil precisa desenvolver melhor. Mas ele acredita que os investidores estão começando a perceber o novo espaço para o setor no país. “É importante notar que o grande crescimento da economia e da indústria este ano – muito maior do que a dos Estados Unidos, em termos percentuais – têm atraído o interesse sobre o Brasil”, afirma.
Uma das áreas que o Brasil quer conquistar no mercado e busca parceiros é a de inovação em biotecnologia. Para isso, o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, Jorge Ávila, afirma que o Conselho Nacional de Desenvolvimento de Biotecnologia tem estudado como aperfeiçoar o ambiente de negócios para atrair empresas e centros de pesquisa interessados em investir em projetos desse tipo.