O período de estiagem, que já dura quase 60 dias, aliado a baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas afetam tanto o comportamento das pessoas, que buscam por umidificadores e inalações como as atividades econômicas. É o caso não só da pecuária leiteira [matéria publicada na edição de sexta-feira], com queda na produção, mas também das hortaliças.

O produtor rural Edson Araújo cultiva alface, almeirão, rúcula e cheiro-verde. Ele explica que durante a seca há um custo maior para produzir as hortaliças. “Normalmente irrigamos os canteiros duas vezes ao dia, agora estamos irrigando cinco vezes, isso gera um aumento de 40% no consumo de energia”, diz.

Assim como o excesso de chuvas é prejudicial, a falta delas com a consequente baixa umidade relativa do ar também não é favorável. “Quando está muito seco, a folhagem começa a murchar, perdendo a qualidade. As hortaliças colhidas hoje não têm a mesma qualidade das colhidas há um mês”, avalia.

De acordo com dados da Associação de Produtores Rurais de Dracena, em junho, os cooperados produziram 29.620 kg de hortifrutigranjeiros, em julho a produção caiu para 21.276 kg.

Para o diretor da Cati – regional de Dracena, Luís Alberto Pelozo, historicamente esta época do ano é tradicional de seca, mas há anos em que a estiagem é menos acentuada. “A estiagem deste ano está mais acentuada, principalmente se comparado a 2009, que foi um ano atípico no sentido do excesso de chuvas”, afima.

Pelozo considera que nossa região possui grande diversificação de produtos agrícolas e que até o momento a seca não está comprometendo algumas culturas como o café e o urucum, que já foram colhidos.

Sobre a pecuária, ele orienta que é necessário trabalhar com suplementação alimentar e no caso das hortaliças e frutas delicadas, como a uva, não se pode abrir mão da irrigação.