“Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma”, Louis Braille, criador do sistema braille de leitura e escrita para deficientes visuais. É esta outra forma que Danilo da Cruz Moraes, aluno do 1º ano do ensino médio da EE Julieta Guedes de Mendonça, utiliza há muito tempo para compreender o mundo.

Seus olhos se tornaram a ponta dos dedos e, desde pequeno, ele frequenta as aulas nas salas de recurso da Educação Especial, que funcionam na Emefi Luiza Rossa Ribeiro. Danilo aprendeu o braille com a professora Eliana Cotarelli, coordenadora da Educação Especial do município.

Por ser muito bom aluno e dedicado, Eliana conta que criou um ‘livro de ouro’ com o objetivo de arrecadar doações voluntárias para que Danilo tivesse a sua própria máquina de escrever em braille, visto que são muito caras e ele não teria condições de adquiri-la.

Eliana destacou que muitos se envolveram na iniciativa de ajudá-lo, especialmente as crianças. “No livro estão registradas doações de 50 centavos, R$ 1, que as próprias crianças guardavam para poder contribuir. Uma escola veio conhecer as ações da Educação Especial e desenvolveu trabalhos em sala de aula, a própria turma fez arrecadações, levou o livro para outras pessoas. Foi um trabalho bonito, de respeito”, comentou a professora.

A ação alcançou êxito e na manhã de quinta-feira (28), Danilo esteve na Emefi Luiza Rossa Ribeiro para receber um presente: a sua máquina de escrever em braille. Ele contou que gosta de escrever sobre assuntos variados e que ter uma máquina em casa será muito bom, já que só tem acesso a uma delas na escola.

A máquina custou cerca de R$ 2 mil e todas as doações estão registradas no ‘livro de ouro’. Danilo e Eliana agradecem a todos que ajudaram levando o livro para as escolas, instituições, aqueles que fizeram doações, a todas as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente para tornar possível esta independência.