Cerca de 30 agentes de controle de vetores que integram as equipes de prevenção da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), participaram na manhã desta sexta-feira (01/10), na sede da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), em Presidente Prudente, de treinamento promovido pela autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Na ocasião, os profissionais da saúde foram informados sobre as características do novo produto (diflubenzuron) e orientados, por meio de demonstrações práticas, como ele deve ser utilizado na prática, para eliminação da larva do Aedes Aegypti em criadouros considerados potenciais.

De acordo com o engenheiro da Sucen, Américo Shuji Utida, a troca do temefós pelo diflubenzuron nos 45 municípios da região compreendidos pela autarquia deve ocorrer até o fim deste ano. “É difícil precisar uma data, mas a intenção é que a substituição ocorra o mais breve possível”, adianta. Ainda segundo Utida, além da capacitação de hoje, “posteriormente as equipes da Sucen vão acompanhar os agentes municipais para treinamento em serviço de uso do novo produto para o controle larvário”.

Durante o treinamento, os profissionais que atuam diretamente no combate à dengue foram orientados que a mudança de produto ocorre para evitar que o mosquito transmissor da doença adquira ainda mais resistência ao inseticida usado atualmente. “O Ministério da Saúde mantém uma rede de laboratórios em âmbito nacional. No Estado de São Paulo temos um em Marília. Estes laboratórios fazem um acompanhamento da efetividade do produto sobre o controle das larvas e do mosquito. Os estudos resultantes dos experimentos mostraram que as larvas têm apresentado resistência ao produto atualmente usado. Por isso a substituição”, acrescenta, salientando que a troca nada tem haver com a qualidade dos mesmos.

O engenheiro da Sucen ressalta que o diflubenzuron não poderá ser utilizado para outras práticas. “É preciso deixar bem claro que o produto que está sendo trocado não é para ser utilizado na nebulização, mas apenas na eliminação da larva em criadouros potenciais”, frisa. A aplicação do novo inseticida tem durabilidade de oito semanas, enquanto que a durabilidade do inseticida anterior era de, no máximo, 15 dias.

O diflubenzuron pode ser usado tanto em águas limpas como sujas. No caso do temefós, há um tipo de veneno para cada estado da água. Estudos têm mostrado que o novo produto a ser aplicado pelos agentes atua no aparelho digestivo da larva, dificultando seu desenvolvimento reprodutivo na forma adulta. Já na fase intermediária e adulta do inseto, o veneno atua por contato, eliminando-o.