O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou hoje (10) que o conflito na Líbia tem características de uma guerra civil e que a população sofre as consequências do aumento da violência na região. O presidente da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, disse que a agência está “preparada para o pior” e criticou ainda o fato de vastas áreas do país permanecerem inacessíveis para as agências humanitárias.

“Meu entendimento é que agora temos um conflito armado não internacional, ou seja, uma guerra civil”, disse Kellenberger. “Sempre temos de estar preparados para o pior e, nesse caso específico, isso quer dizer que temos de nos preparar para uma intensificação dos enfrentamentos.”

Há informações de que as forças leais ao governo de Muammar Khadafi intensificaram os ataques às áreas ocupadas pela oposição. Novos ataques a bombas e mísseis ocorreram perto do complexo petroquímico de Ras Lanuf e da cidade de Brega.

O chefe da missão da Cruz Vermelha em Benghazi, Simon Brookes, disse que está preocupado com a falta de acesso da organização ao oeste do país, onde várias áreas permanecem sob controle do regime ou são palco de intensos combates.

“Não temos acesso ao Oeste e precisamos ter acesso. Estou falando de Zawiya, de Misrata, de Trípoli. Achamos que há um conflito armado aqui, e é por isso que a Cruz Vermelha precisa ter acesso a ambas as regiões”, disse Brookes.

Organizações não governamentais informam que mais de mil pessoas morreram desde o início dos confrontos, em 15 de fevereiro. Cerca de 212 mil pessoas – a maioria trabalhadores imigrantes – deixaram o país.