O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, afirmou hoje (2) que a situação na Líbia “é catastrófica”. A reação dele foi manifestada durante reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores, no Cairo (Egito), que envolveu representantes de 22 países. “A situação na Líbia é catastrófica e não devemos aceitar. As vidas árabes têm valor”, disse ele. A tendência, porém, é que o bloco rejeite a intervenção internacional na Líbia.
O chefe de gabinete de Mussa, Hicham Youssef, disse que a tendência de rejeição é praticamente unânime no bloco. “O conselho da Liga Árabe vai adotar uma resolução sublinhando a rejeição árabe a qualquer intervenção militar estrangeira na Líbia e o apoio à unidade e à segurança do território”, disse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Hoshiar Zebari, defendeu que o governo de Muammar Kadhafi tome uma decisão pontual e encerre o impasse que leva à violência na Líbia. “As autoridades líbias têm de tomar a decisão corajosa de parar com a violência no país e mostrar respeito pelos direitos do povo”.
Paralelamente, os governos dos Estados Unidos e dos integrantes da União Europeia discutem a possibilidade de uma intervenção militar na Líbia ou da criação de uma zona de exclusão. A zona de exclusão é aquela que proíbe a circulação de aeronaves no espaço aéreo do país para impedir os bombardeios, enquanto a intervenção permite a entrada de tropas por terra.
“Existe muita prudência sobre as ações que poderemos efetuar em outros domínios além do apoio às missões humanitárias”, afirmou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
“Por fim, considerou-se que [a imposição da zona de exclusão aérea] seria no interesse da paz e estabilidade na região. Penso que estamos longe de uma decisão semelhante”, disse.