A secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, informou ontem (19) que vai adotar algumas medidas, em resposta a solicitações das direções de unidades de ensino da cidade, para aumentar a estrutura de segurança nas escolas da rede. Entre elas estão a contratação de 1,5 mil porteiros, a convocação de 1.844 inspetores, já aprovados no concurso de 2010, e a instalação de câmeras de vigilância em todas as unidades que desejarem. Segundo Costin, das 1.064 escolas da rede municipal, 200 já têm o equipamento.

A secretária, que acompanhou na manhã de ontem (19), o retorno de parte dos alunos às atividades na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, também disse que a expectativa é que os inspetores, que serão distribuídos um por andar em todas as escolas, estejam trabalhando ainda neste semestre, e que os porteiros assumam o cargo até o fim do ano.

Cláudia destacou ainda que os educadores pediram que a escola não seja “transformada em um bunker”. As solicitações foram definidas em reuniões realizadas na semana passada entre professores e diretores nas escolas da rede municipal. De acordo com a secretária, as propostas consolidadas foram entregues a ela na segunda (18).

“Eles pediram para não transformar a escola num bunker. Eles acham que não podemos retroceder em anos de avanço de abertura da escola à comunidade, como essa escola tão bem mostrou com a pintura dos muros e uma série de iniciativas envolvendo ex-alunos”, disse. “Para ser aberta, ela precisa ter uma estrutura mais adequada para garantir abertura por um lado e a segurança no decorrer das atividades ao mesmo tempo”, acrescentou.

Ainda de acordo com a secretária, a entrada de pessoas que não fazem parte do ambiente escolar nas unidades será efetuada mediante a utilização de um crachá, que será entregue após a identificação do visitante.

Na tarde de segunda, a escola Tasso da Silveira abriu as portas para alunos do 9º ano que realizaram diversas atividades lúdicas. Ontem foi a vez dos mais novos.

Cláudia não soube informar quantos alunos retornaram nesta manhã, mas disse que o espaço “estava bem cheio”. Ela contou que muitas crianças já perguntavam pelo reinício das aulas que devem ser retomadas em três semanas. A secretária também informou que, até agora, foram recebidos 25 pedidos de transferência para outras unidades e três solicitações de novas matrículas.

Ainda segundo a secretária de Educação, foram enviados aos estudantes mil tsurus, pássaros de origamis, confeccionados por alunos de uma escola pública de Mato Grosso do Sul. Eles serão entregues às crianças amanhã (20), durante um evento em comemoração à Páscoa.

Fabiane Reis, mãe de uma aluna no 5º ano e ex-aluna da Tasso da Silveira, contou que fez questão de levar a filha às atividades de hoje porque era preciso ver a escola de uma outra forma.

“Ela não queria vir mais, mas a partir do aconselhamento com os psicólogos ela aceitou voltar. Ainda não conversei com ela, mas já deu para ver que ela está melhor, até com um sorriso no rosto. Era preciso voltar e confiar na escola”, disse.

Já Elizabete Gomes, mãe de um aluno do 6º ano, disse que pensou em transferir o filho para uma escola particular, mas desistiu porque o menino se recusou a sair da escola. “Já tinha até conseguido uma bolsa em uma escola particular para ele, mas não teve jeito. Ele disse que queria voltar”, afirmou.