Após o segundo dia do Enem, na tarde de ontem, a estudante paulistana Gisele Spatuzzi, de 17 anos, estava feliz com seu desempenho – só não sabia exatamente o que fazer, agora, com a nota. “O Enem serve pra tantas coisas, quero ver no que posso me dar bem.” A dúvida se repetia entre alguns inscritos, por causa de uma prova que tem nome e função de avaliação do ensino, mas também serve como vestibular e é critério de bolsa de estudo.
O modelo híbrido do Enem alavanca o número de interessados em realizar a prova – neste ano, chegou-se a um número recorde de 5,3 milhões – mas resulta em um preço alto para a organização e aplicação. A abstenção em 2011 foi menor que a do ano passado, entretanto ainda representa mais de um quarto dos inscritos. Segundo o Ministério da Educação, 26,4% dos candidatos faltaram – como comparação, esse índice fica em torno de 6 % a 8% em um vestibular como o da Fuvest.
O custo com os faltosos este ano foi de R$ 61,2 milhões – quando calculado um valor de R$ 45 por aluno inscrito. O governo cobra R$ 35 para o aluno fazer a prova, mas 71% são isentos. O contrato de aplicação do Enem teve aumento de 190% em um ano: saltou de R$ 128,5 milhões, em 2010, para R$ 372,5 milhões.