Desde o início do ano foram registrados em Curitiba e região metropolitana 14 ataques a caixas eletrônicos, a maioria em estabelecimentos comerciais, cujos proprietários mostram-se preocupados com a onda. Três aconteceram hoje pela manhã, com tentativas de arrombamento em agências bancárias de Curitiba e Piraquara, e a explosão de um caixa em um mercado de Colombo. Duas pessoas foram presas.

Segundo o delegado Alexandre Macorin, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), todas as instituições policiais estão unidas. “Essa nova modalidade vem assolando não só a capital do Paraná, mas várias cidades grandes do Brasil, e essas prisões feitas aqui foram boas no sentido de ajudar nas investigações”, disse. “Tenho convicção de que a polícia vai conseguir evitar o aumento desse tipo de crime.” Ele acentuou que há colaboração dos bancos.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, disse que muitos empresários já pediram para retirar os caixas de seus estabelecimentos. “Está aumentando o nível de violência e, no nosso caso, dinamite e posto não combinam”, ponderou. Para os postos, o caixa eletrônico atrai clientes e traz renda com o aluguel. “Mas não dá para contar com segurança pública mais efetiva e, para colocar a privada, não existe recurso financeiro, então o setor deve rever isso e infelizmente vai acabar suprimindo o serviço”, afirmou.

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) pronunciou-se por meio de nota, em que orienta os filiados a “intensificar a segurança e o monitoramento nos estabelecimentos”. “Entendendo que os caixas eletrônicos instalados nos supermercados oferecem um serviço à população, a Apras busca com as autoridades locais medidas para garantir a segurança de todas as pessoas que utilizam o serviço e, também, o próprio estabelecimento, já que os ataques passaram a ser mais violentos, utilizando reféns e armamentos pesados”, disse a nota.

Num dos ataques na manhã de hoje, em Colombo, um caixa eletrônico foi explodido com dinamite dentro de um supermercado, após quatro pessoas renderem o proprietário, funcionários e um cliente. O local ficou bastante destruído, mas ninguém se feriu. O dinheiro que não se queimou ficou manchado. O dono recentemente tinha pedido a retirada do terminal por temer que pudesse acontecer o assalto, mas não deu tempo. Ninguém foi preso.

As prisões foram feitas na madrugada, após a polícia ser alertada de que homens haviam invadido uma agência bancária no centro de Curitiba. No local havia um maçarico e dois cilindros de gás. Pela manhã, em Piraquara, na região metropolitana, o terminal de autoatendimento próximo à prefeitura teve os vidros quebrados, mas a tentativa de explosão foi frustrada. Os bandidos usaram uma bomba caseira feita com tubo de PVC e massa de tiro.