O preço da arroba do boi gordo voltou a cair no estado de São Paulo. Segundo dados da Informa Economics FNP (consultoria e informações sobre agronegócios), a oferta esta semana aponta que a arroba está R$ 90, a menor nos últimos cinco anos. Há alguns meses, o preço da arroba era R$ 115. 

A entressafra deste ano está como nos anos anteriores: a falta de chuva neste mês deixou a pastagem muito seca e a temperatura que deveria estar baixa nesta época duraram poucos dias, abrindo espaço para que o clima quente tomasse conta na região.

Com esses fatores e para não deixar o boi confinado, vários pecuaristas tentam comercializá-lo o quanto antes, mesmo que isso custe um pouco mais no bolso do produtor. Alguns pecuaristas preferem deixar o boi no confinamento – alimentá-lo somente na ração – mas com a alta do milho e da soja, está cada vez mais inviável deixá-lo no confinamento.

“Antigamente o mercado pecuário era mais competitivo com mais oferta para a venda do gado. Atualmente não é mais assim. Por causa da seca que aumenta gradativamente a cada ano, alguns produtores já desfazem do boi para não ter muito prejuízo”, acrescentou o analista de mercado, Marcelo Peres.

A boa notícia para os pecuaristas é que na próxima semana, quando começa o mês de agosto, a expectativa é que a oferta do boi gordo aumente para R$ 95, a arroba já que o boi que estava no confinamento começa a ser vendido aos frigoríficos a partir de agosto.

O agropecuarista de Dracena, Roberto Ciciliati Troncon afirmou que mesmo com a baixa da arroba nos últimos dias, o valor não é considerado tão desagradável. “Já vi quedas piores da arroba, anos atrás. O jeito é torcer para que as coisas melhorem, tanto no pasto, quanto na estabilização de preços no mercado internacional, já que para ter um gado de qualidade, o custo está cada vez mais elevado”.

Roberto Troncon pontuou que as exportações do mercado externo foram prejudicadas, já que o mercado encontra-se em crise financeira e contribuiu com uma queda brusca para a compra no produto no exterior. Isso fez com que o destino principal da produção ficasse no mercado interno. Entretanto, os preços em açougues e supermercados não foram afetados, foram mantidos.

Troncon finalizou afirmando que mesmo após a vinda da cana-de-açúcar para o interior nos últimos anos, na qual ganhou grande espaço para a plantação, ainda há muito espaço para criar rebanho de gado, e acrescenta “o pecuarista tem que aguardar essa crise passar e cuidar do gado que tem. O jeito é aumentar a produtividade, já que está cada vez mais raro ver alguém iniciar o trabalho de criação de gado”.