Um estudante de 15 anos matriculado no curso de Química, na ETEC Carmelina Barbosa em Dracena revelou a mãe ter sido vítima de supostas agressões provocadas por colegas de turma, no interior do colégio, em fevereiro deste ano, durante trote. O caso chegou ao conhecimento da Delegacia de Polícia Civil de Paulicéia há uma semana, município onde o jovem reside com a família.

O motivo da revelação tardia seria o medo das ameaças de morte feitas pelos agressores, caso a vítima revelasse o ocorrido.

O delegado responsável pelo expediente da Delegacia de Paulicéia, Aderson Moisés Vieira, disse que a investigação será feita pela Polícia Civil de Dracena, área em que está localizada a escola.

Segundo depoimento do jovem à Polícia Civil, na noite do dia 25 de fevereiro participou de um ‘batismo’ feito para estudantes iniciantes, no pátio da ETEC, onde chegou a ser amarrado com as mãos para trás, tendo sua roupa arrancada pelos veteranos, deixando-o apenas de cueca, tendo sido agredido com socos por todo o corpo, obrigando ainda a beber Vodka e a fazer uso de cocaína durante a madrugada.

Em sua declaração, a vítima afirma que pelo fato de passar mal, chegou a dar entrada na Santa Casa de Dracena durante a noite, sendo medicado e liberado em seguida. Disse que o consumo da droga aconteceu sob ameaças de morte, caso não fizesse.

No trecho final do depoimento, o jovem alegou que nesta mesma situação outros estudantes já haviam sido submetidos em outras épocas e temendo pelas mesmas ameaças, acredita que nunca tiveram coragem de denunciar as agressões para a polícia e nem mesmo a direção da escola.

OUTRO LADO –

Em contato por telefone na tarde de segunda-feira (6), com o diretor-geral da ETEC Carmelina Barbosa, José Geraldo de Souza, ele afirmou que a direção da escola não tem nenhum registro de agressão no interior da unidade escolar datado no dia 25 de fevereiro à noite, como relatou o estudante à polícia. Inclusive a escola tem adotado tolerância zero a prática do ‘trote violento’ na recepção de novos alunos e na data citada, nenhum dos vigilantes mantidos 24 horas ao dia para manutenção da ordem e segurança da escola, relataram quaisquer comportamento dessa natureza.