Presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo deu a sua justificativa para a escuderia italiana não renovar o contrato do brasileiro Felipe Massa ao final da temporada. Em declarações publicadas pela BBC, o dirigente considerou o piloto “inconsistente” nas últimas temporadas – muito embora o próprio time tenha aceitado renovar o vínculo que se encerrou no ano passado.

“O Felipe é um cara excepcional, uma pessoa maravilhosa”, disse Di Montezemolo, que não demorou a fazer o contraponto dos elogios. “Em 2012, sentimos falta dos pontos dele para o Mundial de Construtores”, reclamou o presidente da Ferrari, lembrando o vice-campeonato da equipe na temporada passada. Na ocasião, Massa fez apenas 122 dos 400 pontos do time. A Red Bull terminou com 460.
“O Massa fez algumas boas corridas, mas foi inconsistente. Ele tinha bons desempenhos, mas não era estável. Será bom para ele mudar de cenário”, acrescentou Di Montezemolo, que talvez esteja certo. Basta fazer uma análise nos números, comparando o desempenho do brasileiro na Ferrari antes e depois da chegada de Fernando Alonso ao time.
Massa, que estreou pela Ferrari em 2006, possui 11 vitórias e 36 pódios pela escuderia italiana. A maior parte desses feitos, porém, foi obtida de 2006 a 2009, quando o brasileiro fazia parceria com Kimi Raikkonen na equipe.
Nesses três anos e meio (lembrando que Massa perdeu a metade final da temporada 2009 por conta de um acidente na Hungria, em julho) de Ferrari, Massa obteve 11 vitórias e 27 pódios. Foi terceiro colocado na temporada 2006, quarto em 2007 e ficou com o vice em 2008.
Depois do acidente e já ao lado de Alonso, a queda de desempenho de Massa é evidente. Também em três anos e meio, o brasileiro não obteve nenhuma vitória e somente oito pódios. Terminou em sexto nos anos de 2010 e 2011, sétimo no ano passado e, em 2013, figura também em sétimo.
É provável que Montezemolo esteja certo: a mudança de cenário pode ser interessante para Massa, que viveu na sombra de Alonso na Ferrari nos últimos três anos e meio. Resta saber por qual equipe o brasileiro correrá em 2014 – Lotus e McLaren são as alternativas mais ventiladas até agora.