O garçom Reginaldo José Lisboa, de 57 anos, residente na Vila Mariana, capital paulista, veio a Dracena visitar o pai que não via há quatro anos na Casa dos Velhos e hospedou-se em um hotel. Na terça-feira, 3, ainda na cidade, Reginaldo caiu em um golpe.
Ele recebeu uma mensagem via celular, dizendo que era da “Promoção Avião do Faustão”, em que teria sido premiado com uma casa e mais R$ 100 mil. Os golpistas se identificaram como sendo Jéferson de Souza e Raul Rone Cordeiro Filho, que seriam da promoção. O número de telefone utilizado foi 41-1088597305209 e os golpistas disseram ao garçom que, para receber o prêmio, ele teria que ir ao banco onde tem conta corrente e realizar alguns procedimentos, o que foi feito.
No mesmo dia à noite, ao conferir a conta corrente, Reginaldo descobriu que os golpistas retiraram via transferência o valor de R$ 2.998,98, deixando-o sem dinheiro. A vítima foi até a agência da Caixa Econômica Federal, onde possui a conta e o gerente disse que o dinheiro foi transferido para um cliente do mesmo banco em uma agência do estado do Ceará, em nome de Alves Ribeiro. O garçom, junto à agência do Ceará, solicitou o bloqueio do dinheiro transferido, já que o valor ainda não havia sido sacado.
Entretanto, na tarde de ontem, 6, Reginaldo voltou à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Dracena, comunicando que apesar de ter feito o pedido de bloqueio da transferência do dinheiro desviado de sua conta, soube na Caixa Econômica Federal dracenense que a gerência da agência do Ceará liberou o valor ao golpista, que foi lá acompanhado de um advogado alegando que nada tinha a ver com o golpe.
Reginaldo diz estar indignado com a gerência da CEF cearense, que desbloqueou a transferência do dinheiro retirado pelos estelionatários. “O banco liberou o dinheiro apesar de ter sido avisado, num total desrespeito à autoridade policial, já que o delegado de Dracena avisou que havia sido registrado boletim de ocorrência. Agora, estou sem dinheiro na conta e, para voltar para São Paulo vou ter que emprestar dinheiro de parentes, inclusive para pagar os dez dias de hospedagem no hotel aqui em Dracena”, comentou o garçom, que vai contratar um advogado e pedir indenização junto à Caixa Federal por danos morais.