Todos esperavam que seria uma verdadeira ‘invasão atleticana’ no Marrocos. A massa alvinegra faria do estádio de Marrakech um novo Horto. Mas não foi o que se viu. A torcida do Atlético-MG ‘sumiu’ diante dos fãs do Raja Casablanca e ganhou um novo lema: não acredito. No final, viu os marroquinos comemorarem uma surpreendente vitória por 3 a 1.
Antes mesmo da semifinal, a torcida já havia ficado ofuscada. Até fez suas festas nas ruas, vestiu roupas típicas e usou a criatividade. Ensinou os marroquinos a cantarem Galo e até a xingarem o Cruzeiro com ‘C…, Maria’.
Mas fato é que o Galo se tornou visitante e minoria desde que o Raja se classificou para a semifinal ao vencer o Monterrey na prorrogação por um suado 2 a 1 e com direito a um belíssimo show da torcida. Nem o idolatrado Ronaldinho Gaúcho, nem o amor dos marroquinos pelos brasileiros mudariam essa escrita. Marrakech perdeu o tom ocre-avermelhado e virou verde e branca.
Nos treinos do Atlético nada de apoio ao time. Quem apareceu foram os rivais. Os ‘malucos’ do Raja foram a uma atividade comandada por Cuca para fazer pressão. E fizeram tanto que acabaram expulsos pela polícia depois de muito cantar e fazer barulho.
No estádio, a cena foi intensificada. Em menor número, os atleticanos até tentaram se juntar para aumentar o coro, mas era impossível bater de frente. A torcida do Raja parecia ocupar mais de 75% do estádio.
Com seus cantos em quatro línguas, a coreografia de costas, o mosaico, a falta de camisas e, principalmente, o gogó. Um canto incessante e ensurdecedor. Pior ainda era a vaia que intimida e desconcentra qualquer ataque adversário.
Os atleticanos também se intimidaram. Absorveram toda a ansiedade e nervosismo que assolaram o time em campo. Até esboçaram um ‘Eu Acredito’, canto que se tornou um hino na Libertadores durante a campanha histórica e sofrida. O gol de empate deu um alento, e os torcedores ameaçaram se animar.
Nada que não fosse interrompido com o gol de pênalti do Raja. E logo retomaram o ritmo inicial. Com olhos assustados e incrédulos, eles viam o time não encontrar forças, nem ter reação. E o lema passou a ser ‘não acredito’. Restou apenas acompanhar a festa da torcida local, que promete repetir a dose na decisão de sábado contra o Bayern de Munique.