A Polícia Federal bateu em 2013 o recorde histórico na apreensão de drogas e de bens das quadrilhas de traficantes no país.

Para o diretor-geral do órgão, Leandro Daiello, isso demonstra que a PF vem “melhorando de desempenho nos últimos anos”.

A análise foi feita a partir de comentário de reportagem da Folha publicada no sábado, que destacava um relatório de desempenho interno da PF no qual eram citadas quedas nas apreensões de cocaína e na conclusão de inquéritos entre 2008 e 2012.

Segundo a PF, considerando dados até 10 de dezembro, foram apreendidas 35,7 toneladas de cocaína, 80% mais do que no ano anterior —em 2012, haviam sido 19,8 toneladas, uma queda em relação às 24,5 toneladas de 2011. 

 Além disso, foram apreendidas 220,7 toneladas de maconha no mesmo período de 2013, praticamente o dobro do que em todo 2012.

Por fim, as apreensões de bens de traficantes saltaram de R$ 48,1 milhões em 2011 para R$ 80,1 milhões no ano passado (até 10 de dezembro).

“Ao tentar estrangular as grandes organizações, aumentamos não só a apreensão de drogas, como a de bens. Atingimos os bolsos desses grandes tubarões e apreendemos um volume recorde, mais de seis vezes o que havíamos confiscado em 2010”, afirmou Daiello.

Em relação aos inquéritos concluídos, o diretor da PF disse que a redução é uma meta perseguida pela PF, e não um indicador negativo.

“Desde 2009 realizamos mutirões para concluir as investigações em curso e os inquéritos caíram de 160 mil para 110 mil no período.”

“O objetivo foi reduzir o estoque de inquéritos antigos”, afirmou o delegado. “Assim, temos mais inquéritos novos, que naturalmente vão demorar para serem encerrados.”

A PF afirma ainda que houve 48 mil indiciamentos no ano passado, um patamar acima do registrado no período entre 2008 e 2011, apesar da queda no número total de inquéritos em curso.

IPO

Conforme a Folha mostrou no sábado, em 2013 a PF criou o IPO (Índice de Produtividade Operacional), um indicador usado para avaliar suas superintendências regionais a partir de diversos parâmetros e definir investimentos a partir disso.

“Embora não avaliem, como um todo, a eficiência da Polícia Federal, nossos índices internos de desempenho mostram que há uma aumento expressivo das operações, que saltaram de 218 em 2008 para 285 no ano passado”, disse o diretor-geral.

Em 2012, foram 299 operações, e a queda em 2013 pode ser debitada da conta da Copa das Confederações, que drenou recursos e pessoal da PF em junho.

Daiello afirma que o índice serve para nortear a gestão da polícia. “Preciso saber, por exemplo, quanto tempo levo para fazer uma intimação em São Paulo, em Brasília ou na Amazônia, para administrar o ritmo do trabalho.”

Ele nega que os parâmetros diversos provoquem “maquiagem” do trabalho objetivo da PF, como acusa a Federação Nacional dos Policiais Federais.