Após os gastos com o período de Natal e Ano Novo, não são raros os pais que precisam fazer malabares no orçamento familiar para encarar as listas de material escolar para a volta às aulas. Entretanto, não adianta só comprar o mais barato, os materiais escolares são de extrema importância e requerem cuidados, visto que um dos maiores investimentos que se possibilita aos filhos são os estudos.
Por isto, para economizar na compra, o planejamento e a pesquisa em estabelecimentos diferentes costumam ser recomendados por órgãos de defesa ao consumidor, como o Procon. Outra forma de fazer economia é solicitar, junto à escola, uma lista de materiais que restaram do ano letivo anterior e que poderão ser reutilizados pelo estudante.
Michel Tamashiro, proprietário da Pop Papelaria, de Tupi Paulista, conta que em 2014 as vendas começaram a esquentar um pouco antes. “Este ano, a procura do consumidor se antecipou, porque algumas escolas vão começar as aulas mais cedo, por causa do calendário especial para a Copa do Mundo”, explica.
Em seu estabelecimento, Tamashiro tem notado que a quantidade de materiais requisitados pelas escolas vem aumentando ano a ano. “Agora, a escola já pede para comprar tudo o que vai ser usado durante o ano todo, incluindo, por exemplo, o material necessário para fazer um trabalho de artesanato para o Dia das Mães”, exemplifica.
O proprietário acredita em boas vendas para 2014, visto que sua loja tem buscado alternativas para atrair seus clientes. “Oferecemos muita variedade, só cadernos espiral há 50 modelos, o que garante opção de produtos e de preços, estimulando que os pais comprem tudo em um mesmo lugar”, complementa.
O mesmo salienta Roberta Di Santi Scaliante, proprietária da Sol e Lua Papelaria, que possui duas lojas em Dracena. Para ela, a pluralidade na escolha é a grande chave para atender a todos os pais na hora da compra dos materiais escolares. “Existe uma variedade muito grande de um mesmo produto, às vezes, um produto simples, de boa qualidade, pode custar um valor e outro, com a mesma finalidade, só por carregar uma marca mais ‘da moda’ pode chegar a até 50% a mais, por isso oferecemos todas as linhas para que o próprio cliente consiga escolher o que é melhor”, explica.
Roberta esclarece que ainda é cedo para fazer uma comparação precisa quanto à venda dos produtos escolares em 2013 e 2014. “Neste ano, o período de compras é diferente [devido à Copa], mas acredito que as vendas sejam muito boas porque, em 2014, a carga tributária sobre o valor do material escolar foi menor do que em 2013, quando tivemos que subir o preço dos produtos muito mais”, revela.
Para os pais, outra boa dica é, na hora da compra, saber se expressar e negociar, buscando a melhor opção de pagamento. Para isso, a disciplina é fundamental, assim como uma boa abordagem.
Mas, a negociação também tem vindo por parte das empresas, como explica Kássia Alexandre Ferreira Garcia, proprietária da Gabi Presentes, que tem lojas em Dracena e Tupi Paulista. Em seu estabelecimento, para impulsionar as vendas, são propostas vantagens aos clientes que precisam comprar extensas listas de material escolar neste início do ano. “Nós parcelamos em várias vezes mantendo o preço a vista”, cita como exemplo de atrativo para os compradores, também utilizado por outras empresas.
NA MODA – Na busca pelo material ‘da moda’, os estabelecimentos procurados pela reportagem citaram alguns dos temas mais procurados, entre eles a Monster High, Chiquititas, Barbie Butterfly, Jolie para as meninas e Aviões, Chaves, Ken, Meu Malfado Favorito e Monstros S.A para os garotos.
Na lista de material, entre ensino infantil, fundamental e médio, os primeiros anos do ensino escolar costumam ser os que têm mais itens requisitados. Em contrapartida, no ensino médio, há menos produtos, mas os valores, muitas vezes, são consideravelmente mais altos.
No caso das crianças, pais de meninas gastam mais do que de meninos, visto que as garotas se interessam por produtos mais específicos, enquanto os garotos costumam ser mais “básicos”.
Entretanto, vale reforçar que, durante a compra dos materiais escolares, é preciso não se deixar levar somente pelos desejos dos filhos, que influenciados pelos amigos e pelo marketing publicitário, podem querer sempre produtos da moda, o que pode acabar saindo mais caro. Para evitar ceder a esses impulsos, os pais devem ter sempre em mão uma lista do que é realmente necessário e conversar com os filhos para que entendam a diferença e a utilidade dos materiais.
ALTA NACIONAL – No cenário nacional, a alta do preço do papel, do dólar e a carga tributária têm sido considerados os principais vilões no aumento do preço do material escolar. Entretanto, dos três estabelecimentos procurados pela reportagem em Dracena e Tupi Paulista, apenas um ponderou que esta alta chegará às prateleiras da região mas, ainda assim, segundo a loja, o consumidor sentirá muito pouco.
ESTÁ PROIBIDO – A lei 12.886, sancionada pelo governo federal no fim do ano passado e que passou a vigorar este ano, proíbe a cobrança de itens coletivos nas listas de material escolar. De acordo com o texto, as escolas não podem obrigar os responsáveis que paguem ou forneçam material de uso coletivo dos estudantes ou da instituição, como papel toalha e copos descartáveis.
Outro dado, este do Procon: marcas dos materiais também não podem ser exigidas, tendo em vista a possibilidade de escolha do material que mais agrade ao consumidor ou o de menor preço.