Nos últimos anos grandes compradores como a Ceasa e Ceagesp diminuíram a procura por mangas da região. Com isso, os produtores estão desistindo da atividade e optando por outros cultivos devido à desvalorização da fruta no mercado, que está com preços cada vez menos atrativos.

Em 2011 a região contava com 347 mil pés de mangas. Com a desistência do produtor rural para o cultivo da fruta, em 2013 houve queda na lavoura de 91,36%, totalizando apenas 30 mil pés.
De acordo com o diretor técnico da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) – regional de Dracena, Luiz Alberto Peloso, o principal motivo da diminuição da procura de grandes distribuidores é a competitividade com outras regiões mais próximas que produzem a fruta, não sendo necessário o deslocamento para regiões mais distantes, como a Nova Alta Paulista. Os produtores de manga apostaram na produção do leite e outros plantações como o urucum e a cana-de-açúcar.
A última safra da manga atrasou em razão do inverno que permaneceu por mais tempo. A temporada costuma começar em meados de novembro, mas atrasou cerca de 40 dias, permanecendo até a última semana de janeiro. Algumas variedades como a manga qeitt possuem o cultivo mais tardio, com produção até fevereiro. O clima quente e chuvoso da região é propício para a produção da fruta. O inverno mais seco, como característica, é o ideal para ajudar na florada das mangueiras.
Além do atraso, houve queda na cultura. A mangueira costuma produzir três floradas para dar origem aos frutos. Porém, em 2013 em razão dos fatores climáticos, chuvas e geadas atrapalharam a floração reduzindo a produção em cerca de 40%, segundo a empresa de sucos naturais Fruteza instalada em Dracena.
A Fruteza comercializa mangas coquinho, espada e bourbon, variedades que oferecem um diferencial na cor, no aroma e no sabor quando comparadas com outras variedades utilizadas em polpas de suco.
Até meados dos anos 2000, a produção e colheita dessas variedades se davam pelo extrativismo, por ser variedades muito comuns em quintais, chácaras, sítios e fazendas da região. Embora com menor procura existem alguns produtores que continuam insistindo no cultivo. Atualmente, entre Pacaembu e Panorama, existem pomares com até seis mil plantas que no exato ponto de maturação são colhidas e vendidas para o consumo.