Em Dracena, a mãe de um recém-nascido de apenas 45 dias, registrou Boletim de Ocorrência (BO), na madrugada de quarta-feira, 12, após ser informada que seu filho necessitaria ser transferido da Santa Casa local, para o Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente, visando maiores cuidados com a saúde da criança, após a mesma ser diagnosticada com coqueluche (tosse comprida).
Segundo Fernanda Manzano Rocha, 29, seu filho apresentava convulsões e procurou inicialmente o Posto de Saúde do Jardim Santa Clara, onde foi atendida por uma médica, que reconheceu os sintomas da doença e prescreveu medicação, além der orientá-la a procurar a Santa Casa.
Seguindo a orientação da médica, Fernanda levou seu filho até a unidade hospitalar, onde foi confirmado o diagnóstico da médica do posto de saúde. A criança foi hospitalizada e Fernanda continuou a ministrar a medicação já prescrita, alegando que a criança ainda apresentava crises de convulsão e que na Santa Casa, o recém-nascido não estava sendo medicado, fato que ocorreu somente após a chegada da Policia, conforme relatou Fernanda à reportagem.
Devido o estado de saúde do bebe, que inspirava maiores cuidados, o médico responsável optou pela transferência para uma unidade com mais recursos, neste caso, para unidades em Marilia ou Presidente Prudente.
Tudo estava pronto para a transferência, no entanto, a Central de Transferências, em São Paulo, segundo disse Fernanda, informava que não havia leitos disponíveis em hospitais de nenhuma das duas cidades, o que impossibilitaria a transferência da criança.
Após ser informado do que estava ocorrendo, Fernanda teria ficado indignada, ainda porque estava presenciando o sofrimento do filho. Neste momento, a mesma resolveu acionar a Policia e registrar a ocorrência, visando solucionar a situação.
Em contato por telefone na manhã de ontem, Fernanda afirmou que seu filho teria dado entrada na Santa Casa, às 22h da última terça-feira, 11, a internação teria ocorrido somente quatro horas após, portanto na madrugada de quarta e que o médico realizou o primeiro contato com a criança horas após, não sabendo precisar com exatidão.
A mãe relatou que procurou o judiciário local, onde foi orientada a procurar um advogado. Fernanda então acionou uma advogada que é amiga da família, que a auxiliou nos trâmites legais na transferência. Após a advogada contatar várias pessoas, incluindo assistentes sociais, a transferência ocorreu para o HR – Hospital Regional de Presidente Prudente.
Fernanda explicou à reportagem que a criança está hospitalizada e que o quadro clinico é estável e inspira cuidado.
Em desabafo, Fernanda disse que pensou que seu filho morreria, em muitos momentos não sabia o que fazer e se sentiu humilhada pelo o que descreveu de situação constrangedora.
No HR de Prudente, a criança teve sangue coletado para exames, o resultado seria obtido até tarde de ontem, no entanto, até o fechamento desta edição ainda não estava pronto. Por prevenção, outro exame especifico foi realizado, sendo que o resultado deve ficar pronto dentro de alguns dias.
Fernanda disse que ela e o filho estão isolados em um quarto do hospital, em virtude a doença ser contagiosa e que ela, médicos e enfermeiros permanecem no quarto somente com a utilização de mascaras respiratórias.
A coqueluche é transmitida pela inalação de gotas expulsas pela tosse de uma pessoa doente. A prevenção com vacina, obrigatória segundo os esquemas de vacinação (é incluída na antiga tríplice agora, pentavalente) e é a única medida eficaz para prevenção, já o tratamento é feito com antibióticos, quando a doença ainda está na fase inicial.
A reportagem entrou em contato com administração da Santa Casa na tarde de ontem, que informou que a criança foi realmente hospitalizada e que diferente da versão da mãe, o bebê foi devidamente medicado .
Ainda tentamos contato no consultório do médico que atendeu a criança, no entanto não fomos atendidos. O provedor da Santa Casa encontra-se em viagem e retornaria somente no dia de hoje.