Após as assembleias regionais, realizadas pelos sindicatos que representam a classe dos agentes penitenciários do Estado, a maioria dos servidores decidiu na última quarta-feira, 26, encerrar a greve nos presídios paulistas após mais de duas semanas de paralisação.
Representantes do Executivo paulista se reuniram no Palácio dos Bandeirantes, na capital, com as lideranças sindicais, na manhã de quarta, para apresentar uma nova contraproposta as reivindicações dos sindicalistas aos agentes penitenciários.
A paralisação chegou a ser suspensa por 48 horas nesta semana, após sugestão do MPT – Ministério Público do Trabalho, visando à retomada das negociações entre Governo e sindicatos.
A contraproposta apresentada definiu a extinção de um dos níveis de carreira, que passa de oito níveis, para sete. Em tese, isso significa um aumento salarial de cerca de 10% e o tempo para alcançar o topo da carreira será reduzido de 32 anos para 26. A contraproposta definiu também um aumento de 50% no número de promoções entre as classes.
O Governo admitiu que a paralisação dos agentes prejudicou as carceragens das delegacias, que estão lotadas.
Apesar do encerramento da greve, uma das entidades representantes da categoria, o Sindasp-SP (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciário dos Estado de São Paulo), manifestou insatisfação com a proposta do Governo.
Por meio de nota à imprensa, o presidente do sindicato, Daniel Grandolfo, disse: “Lamentamos a dureza e a truculência com que o Governo vem tratando os agentes penitenciários ao longo dos anos e a falta de valorização da categoria”.
Grandolfo informou que a proposta do Governo não agradou, pois não era aquilo que o sindicato esperava.
“A pauta 2013 da categoria cobrava do governo a redução de duas classes, passando de 8 para 6. No entanto, passou apenas de 8 para 7 classes”, disse.
Sobre o encerramento da greve, o presidente do Sindas-SP informou que a Assembleia Geral é soberana e todas as suas decisões sempre serão respeitadas.
“Apesar da votação apertada, por 11 votos favoráveis à proposta do governo e oito pela rejeição (do total de 19 assembleias), a decisão é democrática e a maioria optou pelo fim da greve”, esclareceu.
Grandolfo agradeceu também a todos os servidores, destacando a mobilização dos agentes a cerca da greve.
“Agradecemos a todos os servidores que foram para frente das unidades prisionais reivindicar um salário mais justo e digno”, destacou.
Sobre a intervenção do Estado nas manifestações de greve, Grandolfo se manifestou lamentando ao que ele denomina de força utilizada contra os agentes e pela inflexibilidade do Governo.
“Muitos trabalhadores foram retirados da frente das unidades, pelo uso da força da Tropa de Choque da Polícia Militar, a mando do governador do Estado de São Paulo, que se mostrou inflexível ao diálogo com a categoria”, finalizou.