Willian Herbas Camacho, o Marcola, susposto chefe da facção que age dentro e fora dos presídios paulistas, foi transferido na tarde desta terça-feira (11) para a Penitenciária de Presidente Bernardes, onde será confinado no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ele estava na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A ação contou com apoio de diversas viaturas da Polícia Militar e do Helicóptero Águia.
A decisão foi tomada pela Justiça na noite desta segunda-feira (10), após pedido das secretarias de Administração Penitenciária e de Segurança Pública. Marcola e os outros integrantes da quadrilha planejavam uma fuga em 2013. Após analisar o documento, a Justiça decidiu que ele deverá cumprir pena de 60 dias no regime. Enquanto isso, deve ser definida a permanência dele no presídio.
Também foram encaminhados ao presídio de segurança máxima outros três integrantes que participariam do plano de fuga: Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, conhecido como Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista. No plano, seriam usados helicópteros e aviões. O bando pousaria no Paraná e voaria novamento para o Paraguai.
No RDD, o preso fica dentro de uma cela individual 22 horas por dia, com duas horas de banho de sol. As visitas são proibidas e não é permitido acesso a noticiários. Marcola já esteve internado neste regime outras vezes. Também já passaram pelo presídio de Presidente Bernardes outros integrantes da facção.
As transferências começaram no final de outubro, depois que o Ministério Público divulgou escutas telefônicas que flagraram membros da quadrilha presos dando ordens a integrantes em liberdade. Além da contabilidade do tráfico, o grupo negociava a compra de armas e mandava executar policiais militares e até o governador Geraldo Alckmin.
Foram levados da P2 para o RDD e permanecem no presídio Fabiano Alves de Souza, o Paca; Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho; Eric Oliveira Farias, o Quebra; Julio César Guedes de Morais, o Julinho Carambola; Francisco Tiago Augusto Bobo, o Cérebro; e Antônio José Müller Junior, o Granada. Paulo César Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina, e Daniel Vinícius Canônimo, o Cego, também passaram pela penitenciária, mas voltaram para Presidente Venceslau após determinação do Supremo Tribunal de Justiça.
Os promotores responsáveis pela megainvestigação haviam pedido a prisão preventiva de 175 integrantes do grupo, além de outras transferências para o RDD. O trabalho do MP mostrou também que a facção está presente em 22 estados brasileiros, no Paraguai e Bolívia. Além disso, eles descobriram que 169 mil presos estão sob controle da quadrilha e que o grupo atua em 90% dos presídios paulistas.