Trabalhamos há anos para compreender os ecossistemas tropicais e a maneira pela qual as pessoas os utilizam, mas nunca vimos fazendas tão vastas ou de crescimento tão rápido, como de algumas regiões do País.
Essas fazendas com incentivos adequados e utilizando-se de melhores técnicas agrícolas, poderiam até ser modelo de desenvolvimento sustentável e compensar, em parte, perdas de serviços ambientais causadas pelo desmatamento.
O que podemos perceber é a grande importância dos trabalhos de técnicos. Vale à pena investir na educação desta modalidade que muitas vezes, é relegada a segundo plano, até mesmo pelos estudantes que, geralmente pensam em ser dentistas, médicos, engenheiros ou advogados.
Voltando ao problema das fazendas, elas ainda estão longe de serem sustentáveis. Para tanto, os agricultores precisariam congelar totalmente o desmatamento, legal e ilegal e liderar esforços para produzir mais comida em menos terra.
Um grande problema é que grandes fazendas estão interligadas pela água e agem como uma bomba gigantesca desta água, reciclando até a chuva da região.
A água que não retorna à natureza corre para os rios aumentando a erosão do solo e alagando as áreas ribeirinhas. Se o desmatamento mantiver seu ritmo atual, uma estação seca mais longa dificultará o cultivo das safras anuais.
O único caminho para a sustentabilidade está na preservação da porção suficiente da vegetação natural. Um compromisso com o desmatamento zero e com a reintegração de animais na agricultura tornaria o agronegócio brasileiro líder mundial.
*professora do ensino fundamental do Colégio Objetivo de Dracena