Uma notícia que mostra a realidade moral de muita gente surgiu quando, em Pernambuco, a polícia militar entrou em greve. Quase todas as categorias estão entrando em greve nestas vésperas de Copa do mundo porque acham que, pela projeção internacional que o país já está tendo, é o momento apropriado para forçar patrões e governos a atenderem suas reivindicações.
Mas, voltando ao Pernambuco, a PM entrou em greve e boa parte da população, quando viu que não havia ninguém para castigá-la, saiu às ruas rebentando portas de estabelecimentos comerciais e roubando tudo que podiam carregar. De geladeiras a cobertores, foi um verdadeiro festival de horrores. Nesses três dias de greve, o número de homicídios dobrou. Agora se matava com mais facilidade e por qualquer motivo. Afinal, segundo pensam aquelas cabeças, não havia ninguém para castigá-los.
Essa atitude tomada por muitos faz lembrar tempos antigos em cidades pequenas quando na sexta-feira santa, após as cerimônias religiosas da igreja católica, em que o padre dizia que Jesus estava morto e iria começar a vigília ao seu corpo, pessoas ignorantes e mal informadas saíam dizendo que “Deus estava morto” e, portanto, não havia ninguém para castigá-los se fizessem coisas erradas.
Assim, saíam às ruas e durante a noite, acobertados pela escuridão, praticavam todo tipo de furto. Quem criasse galinhas no quintal, amanhecia sem elas. Quartinhos de despejo eram arrombados e levavam tudo que encontravam. Afinal, se Deus estava morto, quem iria castigá-los?
O tempo passou, muita escola foi aberta, muitas noções de moral foram ensinadas, mas a maldade aliada à ignorância ainda vive em muitas mentes. Só agem certo se virem que estão sendo observados e que há uma força maior para puni-los por qualquer irregularidade que cometam. Quando se sentem livres, sem ameaças aos seus atos, mostram o que verdadeiramente são: bandidos, incendiários, vândalos, primitivos.
E, gente desse tipo, agora se vê, existe em qualquer lugar. Nas capitais que vão receber jogos da Copa, já há jornalistas de todos os países e essa porção ignorante e selvagem da população acredita que é a hora ideal para fazer manifestações violentas e conjuntas. Vêm os sem teto exigindo do governo “moradia digna”. Ora, todo mundo que tem casa, construiu-a com o fruto de seu trabalho, ninguém ganhou nada de governo nenhum. Se o tempo que perdem ali nas passeatas e exigências descabidas fosse usado em trabalho, já teriam conseguido recursos suficientes para construir suas moradias dignas.
Os governos, para não parecerem ditadores, colocam milhares de policiais nas ruas apenas para acompanharem as manifestações e se algum corretivo eles aplicarem, logo são chamados de truculentos e, apesar de toda a depredação feita por esses baderneiros, qualquer pessoa que seja ferida corre até a primeira filmadora que encontra e mostra o ferimento atribuindo-o sempre aos policiais. As pedradas jogadas pelos malfeitores nunca machucam ninguém. Só as balas de borracha da polícia e os sprays de pimenta.
Infelizmente, há ainda muita gente que precisa ser vigiada de perto porque não tem estrutura moral para viver em sociedade. O ruim é que compromete a fama do brasileiro de ser bom anfitrião, educado e afável. Quem sofre mais com isso é o setor de turismo que perde milhões de reais de quem gostaria de conhecer este país de grandes belezas naturais e povo alegre e hospitaleiro, como o Brasil é conhecido. Perde o país, perdem os brasileiros.
Até quarta-feira
– Dracena –
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