Quando vai se aproximando o dia das mães, aqueles filhos costumados a presenteá-las começam a se preocupar com o que vão comprar para agradar as mães. Vão comprar utilidades para a casa, ou vão comprar um artigo para uso pessoal? E, assim, muitos ficam matutando sobre o que mais faria feliz essa pessoa querida.
Por outro lado, a mãe sabe muito bem o que lhe trará muita alegria. Fica quieta, como se de nada soubesse da dúvida dos filhos. Deixa. É bom que pensem bastante em mim. Dizem de si para si. Normalmente, devido à correria que a vida impõe, os filhos adultos não pensam muito nas mães. Elas existem; estão lá em seu canto e isso basta. O tempo tem que ser gasto com os temas financeiros, com o lazer, com a outra família que agora compôs, com os planos futuros, enfim, há uma multidão de assuntos que toma seu dia-a-dia que o tema, mãe, fica um pouco amortecido, adormecido.
E a mãe sabe disso e se aquieta e pensa: “Ah! Se eles soubessem o que eu realmente desejo! Do que eu realmente preciso e do que me faz muito feliz! Não custa dinheiro algum, mas é o que me enriquece, me alegra, me faz feliz e confiante na vida. É tão importante quanto o ar que respiro”.
Não há dúvidas de que ela recebe com alegria as lembrancinhas ganhas nesse dia. Afinal, pensaram nela e é isso que importa. A coisa em si é o menos importante. A lembrança que os levou a qualquer tipo de escolha valeu mais do que todo presente que poderia receber. Mãe é egoísta; se pudesse manteria os filhos ali, sempre ao seu lado. Sabe que não seria a melhor coisa para eles e, por isso, não insiste nessa loucura.
Ah! Mas o mais importante, o que mais carrega de alegria o coração de qualquer mãe, não custa nada, a não ser tempo. E, às vezes, tempo é o que mais falta. E não se pode pedir a ninguém que utilize seu tempo desta ou daquela maneira. A escolha tem que ser própria, sem coação, sem chantagens.
E o maior presente, o que mais comove, o que mais alegra é ver os filhos todo dia. Nem se for apenas por alguns minutos. Num simples olhar, a mãe já sabe se ele está bem, se está preocupado, se a saúde está boa, enfim, nesse exame visual rápido, a mãe já diagnostica todo um enorme rol de problemas que podem estar acometendo seus filhos. E, esse domínio da situação lhe dá a tranquilidade para continuar seu dia.
Muitas pessoas podem afirmar que esses cuidados são próprios para se ter com as crianças. Porém, quem disse que para as mães os filhos deixaram de ser crianças, deixaram de precisar de cuidados, de apoio? Por mais que cresçam, eles sempre lembram aquele bebê indefeso que foram e a quem nos acostumamos a cuidar e defender. E, não é porque cresceu, mudou o formato físico que a mãe deixa de reconhecer nele a criança frágil que foi.
Assim como a figura da mãe sempre se associa à proteção que ela ofereceu um dia, a figura do filho também se prende ao ser indefeso que a mãe um dia protegeu fisicamente e que até hoje o protege espiritualmente. Por isso, a presença dos filhos é tão vital para as mães.
Nota: onde se lê mãe, leia-se também pai, pois tem pai que é uma verdadeira mãe.

Até quarta-feira
– Dracena –
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