Empresários do maior polo cerâmico do estado de São Paulo, responsável pela produção diária de milhões de peças de tijolos, telhas e lajotas, estão preocupados com a quantidade de material estocado no pátio das indústrias em detrimento da baixa nas vendas neste primeiro trimestre de 2014. Se o que está ruim pode piorar, o palpite de muitos desses

empresários é um segundo semestre cheio de incertezas com a Copa do Mundo e eleições presidenciais, época em que o apoio da esfera governamental costuma ser adiada para o ano que vem.
Em Presidente Epitácio, a Cerâmica Romana está com 1 milhão de peças de tijolos empilhadas no pátio esperando ser vendidas. A mesma realidade ocorre em Panorama, na Cerâmica Modelo com 1,3 milhões de peças de telhas e lajotas.
Em Paulicéia, as cerâmicas São Paulo e Rabeschini somam 1,3 milhões de peças.
Segundo o diretor da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista), Milton Salzedas, em maio nunca foi comum estas indústrias passar com todo esse material estocado. Ele antecipa ainda que o setor teme com a chegada do mês de junho, início da Copa do Mundo desacelerando ainda mais o mercado. “Em outras épocas esperávamos passar o período de carnaval para vender toda a produção e o reflexo nesse ano
está sendo refletido na redução da mão-de-obra com a dispensa de funcionários em todo o setor”, afirma.
Salzedas comenta que a Incoesp deverá pedir audiência em breve com o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, para reforçar antigos pedidos encaminhados ao Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista. Entre tantos assuntos a serem debatidos figura tópicos como pauta fiscal com estados vizinhos, uso do bloco de cimento na
construção de casas do CDHU, logística para escoação de material e incentivos fiscais do governo para o setor.
O setor oleiro-cerâmico da região Oeste Paulista pretende tomar postura idêntica a dos empresários do estado do Rio Grande do Sul, que em audiência na sede do governo gaúcho foi fixado pelo governador Tarso Genro, prazo de um mês para que ele pudesse apresentar proposta de política de incentivos ao setor daquele Estado, que enfrenta os
mesmos problemas do estado de São Paulo.