Produtos frescos direto do produtor para uma alimentação saborosa e saudável. Há 50 anos, as feiras livres fazem parte da rotina dos moradores locais, seja às quartas-feiras ou aos domingos. Atualmente, a população dracenense conta com cerca de 200 barracas ao longo da avenida Rui Barbosa.
No entanto, com o passar dos anos, a agricultura familiar começou a ficar escassa, segundo informações de Antônio Fávero, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e coordenador da feira livre. “Perdemos muitos produtores feirantes nos últimos dois anos, devido à falta de incentivo, dificuldades na produção, além de muita mão de obra”, informou.
Fávero explicou que a grande maioria dos feirantes já tem idade avançada, e que atualmente, os filhos desses profissionais estão saindo de casa para estudar e já não dão continuidade nas atividades rurais, como ocorria antigamente. Com isso, muitos se aposentam e encerram a produção.
De acordo com o coordenador, nos últimos dois anos a feira livre dracenense perdeu aproximadamente 20 agricultores. Para aqueles que temem o fim das barracas na Rui Barbosa, Antônio comentou que por enquanto não há com que se preocupar. “A feira não deverá acabar, porém, diminuirá bastante e talvez, até perderá um pouco da qualidade, principalmente na área de horticultura”, esclareceu Fávero.
O tamanho da feira em Dracena já foi reduzido significativamente. Além da queda dos produtores, um dos principais motivos foi à introdução das feiras em municípios vizinhos. Antigamente, essas cidades dependiam da feira de Dracena, mas agora contam com a feira em suas cidades, e não precisam mais se deslocar, o que resultou também em uma queda de consumidores.
Contudo, o local de compra de alimentos frescos para a dona de casa virou ponto de entretenimento para todos os membros da família com o aumento da praça de alimentação. Fávero disse que o setor foi o que mais aumentou nos últimos anos, a pedido da própria população.
ROTINA – O produtor e feirante Milton Joaquim de Moura, já está no ramo há cinco anos. A labuta começa bem cedo, às 6 horas, com a colheita de hortaliças e legumes. Juntamente com ele, esposa e filhos se revezam nas atividades que resultarão em ganhos suficientes para o sustento da família. Cerca de 300 maços de hortaliças são colhidos por dia para serem vendidos nas feiras de Paulicéia, Panorama e Dracena.
Milton comentou que nos últimos dias as vendas não estão sendo rentáveis, em decorrência das baixas temperaturas. “Estamos colhendo quantidades menores, mas o pouco que colhemos, ainda sobra”, informou.
SERVIÇO – O interessado em ter uma barraca na feira deve comparecer ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais para realização de um cadastro.
O órgão disponibilizará um local gratuitamente e será cobrada uma taxa de limpeza de apenas R$ 3 por semana. O Sindicato trabalha em prol do produtor e têm procurado oferecer orientações, cursos e capacitação para beneficiá-lo. As feiras livres são realizadas todas as quartas-feiras das 16h às 21h, e aos domingos das 6h às 11h.