Lamentavelmente, após a Independência do Brasil, em 1822, o País ainda continuou por mais de seis décadas a manter o regime de escravidão dos negros. O Brasil foi o último País independente do continente americano a abolir a escravatura, em 1888. E mesmo assim, os libertos sofreram muito tempo até conseguir os primeiros direitos cidadãos. A Lei Áurea, como se chamava, garantiu a liberdade de milhares de negros, mas não providenciou nenhuma assistência socioeconômica. Eles continuaram sendo explorados e sem acesso à saúde, educação ou terras para cultivo.

Infelizmente, ainda hoje, em pleno século 21 e com todos os avanços que o Brasil conseguiu, constatamos casos de trabalhos análogos à escravidão e desrespeito aos direitos já conquistados. E as vítimas de agora são todos, independente de cor, raça e origem. Veja o caso dos bolivianos e mais recentemente os haitianos.
Nós ainda temos a situação gerada pelas feiras itinerantes. São feiras-relâmpago que chegam às cidades, às vezes de madrugada e permanecem alguns dias explorando os trabalhadores. Depois desaparecem. Temos que acabar com essa prática porque prejudica, além do trabalhador, o comércio local que paga seus impostos regularmente, e o próprio consumidor que, muitas vezes, compra mercadorias sem qualidade e não tem a quem reclamar. Estou conversando muito sobre esse assunto com lideranças sindicais de trabalhadores, lojistas e também com os prefeitos para acabar com essas atividades irregulares.  
A Semana da Pátria é uma ótima oportunidade para conscientizar a população brasileira sobre a necessidade de lutar pelo cumprimento das leis e pela sua independência em todos os sentidos. A proximidade das eleições reforça ainda mais o exercício da cidadania por meio do voto consciente. É a melhor contribuição que um povo pode dar ao seu país, um gesto de patriotismo que se enfatiza na Semana da Pátria. No meu entendimento ser patriota é também dizer não ao voto nulo, não ao voto em branco e não à abstenção.
Por isso, quando se fala em 7 de setembro, constatamos que hoje o trabalhador não tem muito o que comemorar porque independência está ligada a estabilidade econômica e garantia de direitos, o que conseguiremos com amplas reformas na estrutura do Estado brasileiro, incluindo os três poderes. Assim, tenho dito que o nosso 7 de setembro poderá vir em 5 de outubro com a escolha daqueles que poderão contribuir para mudar o presente e o futuro do nosso país. A mudança começa por você.

*presidente licenciado da Fecomerciários de São Paulo e da UGT São Paulo.