O reajuste médio de 37,78% autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os consumidores da distribuidora Elektro Eletricidade e Serviços, vai atingir Dracena e região e as previsões nos principais setores da economia do município, a indústria e o comércio não são otimistas para os próximos meses e o começo de 2015.
O aumento das tarifas de energia da Elektro, autorizado pela Aneel, está em vigor desde o dia 27 de agosto e é o mais alto de todas distribuidoras de energia do País nesse ano.
Para o consumidor residencial, comercial e industrial de Dracena e região, as expectativas são bem pessimistas. “Vamos ter que reduzir os gastos e reduzir os lucros”, afirma o gerente de uma serralheria de Dracena, Willian Mário dos Santos.
Ele esclarece que a empresa utiliza maquinários em que o consumo de energia elétrico é alto e apesar de não ter recebido a conta da Elektro referente ao consumo do mês passado, o gerente adiante que ajustes serão necessários.
“Hoje, quando há aumento na demanda da produção, os serviços são estendidos para a noite o que provavelmente deve ser cortado. Quanto ao material utilizado é pré-determinado não pode ser substituído por outro de qualidade inferior”, prossegue.
Ao mesmo tempo, de acordo com Santos, o reajuste nos preços dos produtos fabricados na serralheria, não podem ser repassados aos clientes, devido à concorrência no mercado.
“Além disso, há o prazo de entrega das mercadorias que exige o aumento no consumo da energia”, pondera. Para superar as barreiras com o aumento nos custos, Santos avalia que será necessário investir na produtividade e buscar novos mercados.
Entre os equipamentos elétricos, a empresa trabalha com oito máquinas de solda, 12 fixadeiras, cinco furadeiras e sete furadeiras, sendo duas industriais. “Associado ao consumo da indústria, há os gastos com energia no setor administrativo”, conclui o gerente.
“NO LIMITE” – Outra indústria de grande porte em Dracena, especializada na fabricação de balanças mecânicas, eletrônicas, troncos de contenção, móveis e refrigeradores de ar, também não está otimista com os reflexos do aumento da energia elétrica.
“Vai afetar os custos da produção, a margem de lucro hoje já é muito baixa e os encargos trabalhistas e operacionais são muitos, os impostos elevados, as indústrias estão no limite, todos esses gastos vão se agregando ao custo do produto e não há como absorver mais esse aumento, será necessário repassar aos preços dos produtos”, esclarece o diretoradministrativo da empresa, Valmir Caldeira.
Antes mesmo do reajuste de energia elétrica, Caldeira explica que a empresa havia alterado o horário de funcionamento do setor industrial, antecipando em meia hora o fechamento para evitar o horário de pico do consumo em que o custo é mais alto.
SUPERMERCADOS – Com a necessidade de manter em funcionamento 24 horas por dia, equipamentos como freezers, expositores e câmaras frias, o setor de supermercados terá uma forte consequência com os reajustes dos preços de energia.
Conforme o representante de um supermercado na cidade, Rubens Agnaldo Gomes, com o aumento das despesas, o impacto dos custos será verificado em curto prazo, não tem como avaliar nesse momento. “Vamos ver como o mercado comporta nos próximos dias”, informou.