Dunga foi tão didático quanto honesto na manhã de ontem, 10. Questionado sobre a proposta de jogo e o perfil que a seleção brasileira terá neste sábado, 11, quando enfrentará a Argentina em Pequim, o comandante da equipe pentacampeã mundial não teve dúvidas ao rechaçar a ofensividade pura.
“Nesse aspecto há duas respostas: se eu quiser agradar vocês, vou dizer que nós vamos para cima, mas qualquer treinador que diz isso quer agradar a imprensa e os torcedores. Na hora de jogar, ninguém faz isso. Em campo, o que se faz é recomposição rápida e um futebol competitivo. Mesmo se buscar lá atrás, ninguém jogava tão aberto. É normal no futebol organizar a defesa e depois passar para o ataque, com a qualidade técnica dos jogadores”, analisou Dunga.
O discurso do treinador praticamente o tom adotado mais cedo por Neymar. O camisa 10, que será o capitão da seleção brasileira no confronto de hoje, disse que não quer saber de “cinco canetas e três chapéus” se for para perder o jogo.
A expectativa de Dunga é que o duelo seja marcado por algo bem diferente de ofensividade ou técnica: “Brasil e Argentina sempre vai ser um jogo muito disputado, que todo mundo vai sentir. Vocês vão poder ver um futebol diferente do que estão habituados, com muita competitividade”.
O confronto sul-americano será realizado no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, às 9h05. Brasil e Argentina jogarão pela taça da edição 2014 do Superclássico das Américas.
“O trabalho não é por uma partida ou por duas. Comenta-se sempre que o resultado não é importante, e eu acho que o resultado é importante, juntamente com a qualidade técnica. O Brasil está começando um trabalho. É a segunda convocação, a terceira partida, com algumas mudanças”, enumerou Dunga.
O técnico foi contratado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para conduzir a seleção brasileira depois da Copa de 2014. Com ele, a equipe nacional já venceu amistosos contra Colômbia e Equador (ambos por 1 a 0).