Hoje, 15, é comemorado o Dia do Professor, data muito importante, e que deve ser lembrada por todos, afinal, este profissional forma cidadãos quando pequenos e passam experiências de vida que servirão no futuro. Como forma de homenagear todas as professoras de Dracena e região, o Jornal Regional entrevistou a professora Isalda Teixeira Barbosa Novaes, para entender um pouco mais sobre os desafios desta carreira tão respeitável.
Isalda descobriu o dom da sua profissão ainda muito jovem, quando na verdade ainda nem tomava o gosto pelos estudos. Desde criança tinha o hábito de ‘brincar de escolinha’ com suas amigas e vizinhas, e aos poucos criou o hábito de ensinar. Mesmo com muitas dificuldades encontradas na sua época, Isalda levou os estudos adiante e escolheu repassar seus conhecimentos e ser professora.
Com 37 anos de carreira, Isalda graduou-se na Unifadra em 1976, iniciou suas atividades em Ouro Verde e trabalhou nas escolas estaduais Nove de Julho, Julieta Guedes de Mendonça e Eng° Isac Pereira Garcez. Ainda no início da sua profissão, Isalda deixou seus filhos ainda pequenos para buscar mais oportunidades na profissão, em São Paulo, onde trabalhou por dois anos.
Depois de receber ajuda do município, retornou como professora efetiva para Dracena e iniciou aulas no bairro rural Marrequinha. Após a municipalização do ensino em 1995, Isalda começou a dar aulas na Emefi João Vendramini, onde permanece até hoje e ministra aulas para aproximadamente 100 alunos do 5° ano.
Isalda mencionou a valorização do professor em décadas passadas. “Antigamente o professor era colocado em um pedestal, uma figura de respeito na sociedade, valorizado e bem remunerado. Ser professor nos dias de hoje ainda é gratificante, apesar da desvalorização com o passar dos tempos”, comentou a professora.
A educadora, ainda, disse que existem muitas críticas no sistema educacional atual. Segundo ela, não haveria necessidades de greves e protestos se o governo estivesse preocupado em beneficiar e valorizar a categoria, dando apoio para não passar por estes constrangimentos. Isalda elogiou os recursos e a contribuição que a municipalidade oferece, mas sabe que seus colegas que trabalham em escolas do Estado passam por mais dificuldades.
Ela falou do desempenho dos professores dentro da sala de aula e destacou o jogo de cintura que muitas fazem para que o aluno realmente possa aprender. “O professor está dentro da sala de aula tanto para ensinar quanto para educar. Fazemos papel de mãe, ficamos bravas, cobramos tarefas, ensinamos, educamos e exigimos que eles cresçam, porque queremos que lá na frente eles se lembrem que tiveram pessoas que se preocuparam com o futuro deles”, ressaltou Isalda.
Ao citar sua trajetória, Isalda se emocionou e disse que preferiu não se aposentar. “É gratificante ver os estudantes se espelhando na gente. Sempre buscamos fazer atividades diferenciadas para que os alunos tomem gosto e amor pela escola e pelos professores. Eu sou professora com muito orgulho, com muito amor. Com ou sem remuneração precisamos fazer aquilo que gostamos. Não importa o quanto se ganhe, desde que seja feito com amor”, finalizou a educadora.
EXEMPLO DE VIDA – A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reuniu alguns dados da última edição do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e deu voz aos gostos e perfis de 316 mil alunos matriculados nos 2º, 3º e 5º anos do Ensino Fundamental da maior rede de ensino do País. Para 94% deles, o professor é o principal incentivador dos estudos. Estudantes de 6 a 11 anos afirmam que se sentem felizes por encontrar o professor todos os dias.
Segundo o secretário da Educação, Herman Voorwald, identificar os desejos e gostos dos estudantes ajuda a melhorar a qualidade do ensino e também propor atividades que tragam conhecimento e satisfação. Outro ponto positivo é o reconhecimento dos alunos do trabalho e atenção dedicados pelos professores durante toda a trajetória escolar.