No último sábado, 13, uma dracenense de 32 anos, grávida de sete meses procurou seu obstetra em Tupi Paulista após sentir fortes contrações. Por volta das 8h, o médico constatou que a paciente já se entrava em trabalho de parto e que deveria ser transferida imediatamente para um hospital em Presidente Prudente, porque mãe e bebê corriam risco de morte.
O médico e a família entraram em contato com a Santa Casa de Dracena para que a UTI Móvel fosse preparada o mais rápido possível para a transferência. Entretanto, somente às 10h30 – após contato dos familiares com várias autoridades municipais – uma ambulância comum da Prefeitura chegou ao consultório do médico para transportar à gestante. A ambulância utilizada não possui os mesmos equipamentos de uma UTI Móvel e o aparelho de oxigênio teve que ser adaptado para que o transporte da paciente fosse realizado com segurança.
Segundo a secretária de Saúde de Dracena, Geni Pereira Lobo Pesin, a unidade de UTI Móvel pertence à Santa Casa, mas a Prefeitura utiliza o transporte sempre que necessário e paga pelo serviço. No entanto, a nova ambulância que foi adquirida há menos de quatro meses já apresentou problemas mecânicos não podendo ser utilizada na manhã de sábado.
Geni disse que assim que foi comunicada sobre o ocorrido, se empenhou para conseguir o transporte e todas as exigências necessárias para o transporte da grávida. “Ao ficarmos sabendo sobre a falta da UTI Móvel, fizemos tudo que era necessário para o transporte seguro da paciente. Rapidamente chamamos o ambulanceiro, pegamos a ambulância mais nova que tínhamos e adaptamos o oxigênio para que o transporte fosse realizado e tudo corresse bem. O município fez tudo o que estava ao alcance”, explicou a secretária.
O superintendente da Santa Casa de Dracena, Alessandro Mendes, comunicou à reportagem na tarde de ontem, 15, que a UTI Móvel funcionou normalmente até a última quinta-feira, 11, quando um paciente foi transferido para Marília. “Na madrugada de sábado um paciente de Panorama que estava sendo atendido em Dracena precisou ser removido para Presidente Prudente, mas foi transferido por outra ambulância, por terem sido constatados problemas elétricos no veículo”.
Mendes falou que na manhã do sábado a UTI Móvel já se encontrava na concessionária Aoki para reparação do dano. O superintendente ainda esclareceu que o diferencial de uma ambulância UTI para uma comum, além de todos os aparelhos que compõem a unidade, é a acompanhamento do médico e toda a sua equipe. “A falta da ambulância já se deu por outras vezes, não por motivos de falha mecânica, mas por estar em trânsito realizando o transporte de outros pacientes, uma vez que, a ambulância está disponível para toda região”, esclareceu. “Se ela [ambulância] estivesse sendo utilizada por outro paciente, o mecanismo de transportar a gestante em outra ambulância ocorreria da mesma forma”, finalizou Mendes.
O superintendente ainda não soube informar quando o veículo estará pronto para funcionamento, mas disse que todas as providências junto a Mercedes-Benz estão sendo tomadas, para que o mesmo seja entregue o mais rápido possível.
A dracenense assim que chegou ao hospital, em Presidente Prudente, teve todos os atendimentos necessários. Ela passa bem e já deverá ter alta em breve, segundo familiares. Já o bebê se encontra internado na UTI Neonatal.
AMBULÂNCIA – A nova unidade da UTI Móvel foi adquirida neste ano, através do Governo do Estado, e está em funcionamento desde o mês de agosto. O transporte costuma ser usado para transferir pacientes de UTI para UTI, que estão sob aparelhos que não podem ser desligados. O investimento custou cerca de R$ 250 mil e é equipado com marcapasso, oxímetro de pulso, cardioversor, desfibrilador, ventilador e aspirador.
Além dos equipamentos, o paciente é acompanhado no transporte por uma equipe de profissionais formada por um médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e o motorista. O novo veículo substituiu a antiga ambulância que já tinha 15 anos de uso.