Atração na maioria dos pets shops, a partir de agora está proibida a exposição de cães e outros animais de estimação em vitrines e gaiolas, em todo o território nacional. As normas valem não só para pet shops, mas para todos os estabelecimentos comerciais que expõem, mantêm, promovem cuidados de higiene e estética, vendem ou doem animais.
Veterinários responsáveis por esses animais que descumprirem a regra devem responder processo ético do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). A nova norma é fruto da Resolução 1.069 do Conselho, publicada em outubro passado, que passou a valer há alguns dias.
As regras servem para garantir o bem-estar do animal “em relação as suas tentativas de se adaptar ao meio ambiente, considerando liberdade para expressar seu comportamento natural e ausência de fome, sede, desnutrição, doenças, ferimentos, dor ou desconforto, medo e estresse”, segundo o texto. Assim, é preciso providenciar ambientes “livres do excesso de barulho, com luminosidade adequada, livre de poluição e protegido contra intempéries ou situações que causem estresse ao animal”.
A resolução determina, ainda, que os profissionais devem orientar clientes sobre o estresse dos animais no momento da venda.
O médico veterinário da clínica Agro BS, Hugo Vagner Ulbano Bachega, concorda com a nova resolução e afirma que sempre foi contra esse tipo de atitude com o animal por acreditar que isso pode diminuir muito a imunidade devido ao estresse ocasionado.
Todas as raças estão suscetíveis ao estresse, mas as de médio e grande porte, como por exemplo, Chow Chow, Bull Terrier, Burriler, são as que mais apresentam o estresse em gaiolas, explica Bachega.
O contato das pessoas com os bichos que estão à venda também deve ser mínimo, somente quando a venda já está certa. “Essa medida pode evitar, por exemplo, que os animais em exposição sejam infectados por possíveis doenças levadas nas roupas das pessoas’’, diz o presidente do CFMV, o médico veterinário Benedito Fortes de Arruda.
Lojas de Dracena ainda estão expondo nas vitrines os animais, embora estão sujeitas as batidas do Conselho Regional de Medicina Veterinária.
É o caso da Veterinária do Rubinho que há 17 anos vende e doa animais na cidade. O proprietário, Rubens Ruiz garantiu que por enquanto continuará comercializando, pois é contra a resolução. “É melhor ter o animal dentro da gaiola recebendo todos os cuidados, do que jogado na rua”, desabafa.
Rubens explica que tanto os animais expostos à venda levam em média dois dias para serem vendidos, já os de doação não passam de um dia, pois há uma lista de espera aguardando os animais.
O comerciante garante, ainda, que todos os animais expostos ficam em local limpo, ventilado e recebem alimentação e água fresca. “Quando percebemos que o animal está estressado, tiramos da gaiola e o colocamos dentro de uma sala solto na clínica”, diz. Rubens conta que os animais também não dormem na loja, eles são levados para a casa do comerciante ou paga para alguém cuidar deles.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) alega que tanto o estabelecimento quanto o veterinário podem ser punidos se não cumprirem as regras exigidas. A multa pode chegar a R$ 24 mil.