Maria Lúcia Nunes da Mata, de 34 anos, moradora do bairro João Vendramini II em Dracena, que há cerca de uma semana apresentava sintomas suspeitos de ser dengue, morreu na quinta-feira, 22, às 23 horas.
O marido dela Geilson Vanzeli registrou boletim de ocorrência no Plantão Central da Polícia Civil onde disse que Maria estava com dengue e fazia tratamento na residência do casal. Segundo ele, na noite de quinta-feira, a mulher que já havia sido medicada no PAM passou mal e foi socorrida novamente pelo Resgate, mas faleceu.
Maria Lúcia deixa o esposo e uma filha de 10 anos. Ela foi sepultada ontem, 23, às 16h30 pela Funerária do Moisés, no cemitério de Dracena.
Geilson disse ontem à tarde à reportagem que Maria Lúcia reclamava de dores no estômago e há alguns meses foi submetida a uma endoscopia. Ele afirmou que a esposa tinha problemas de saúde.
Ainda comentou que há cerca de uma semana ela passou por atendimento no PAM e o médico aplicou soro. “Na última vez que ela foi medicada deram soro e remédios e pediram que voltasse para casa. Um médico do PAM teria comentado que ela poderia estar com dengue, as plaquetas estavam baixas e ainda pediu que procurasse um cardiologista, mas não deu tempo”, contou o marido de Maria Lúcia.
SAÚDE MUNICIPAL – A reportagem teve acesso ao laudo que constatou o óbito de Maria Lúcia Nunes da Mata. Segundo o médico que assinou o documento, Marcelo Guimarães Tiezzi, de Presidente Prudente, ela faleceu devido a uma hemorragia alveolar difusa, plaqueteopenia. O documento é de Prudente porque o corpo dela precisou ser encaminhado para aquela cidade, pelo fato do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da região ocorrer lá.
A reportagem também manteve contato na tarde de ontem, com a subchefe de notificação de doenças da Secretaria Municipal da Saúde de Dracena, Cristiane da Silva sobre o caso da paciente. Cristiane informou que o quadro de Maria Lúcia evoluiu muito rápido. A subchefe explicou que na terça-feira, dia 20, a Secretaria fez a notificação do estado de saúde da paciente como suspeita de dengue; no dia 21 ela passou por um exame de sangue (hemograma) e foi constatado que as plaquetas dela estavam dentro do mínimo considerado normal e ela não corria risco de morrer, por exemplo. “Também tivemos acesso a outro exame feito pela paciente também de hemograma, no dia 19, e no dia 21 realizamos mais um”. Cristiane prosseguiu dizendo: “Na quinta-feira, 22, o marido dela veio até ao Posto de Saúde (Postão) e recebeu o resultado do exame que tínhamos efetuado no dia 21 e o orientamos a manter certos cuidados, como por exemplo, a alimentação e ingestão de líquidos, porque ele se queixou que ela não estava conseguindo se alimentar, o que geralmente acontece em pacientes acometidos pela dengue”. No mesmo dia, 22, às 23h, ela faleceu na própria casa dela.
Cristiane afirmou que não foi possível nem realizar o exame de sangue que constataria se ela tinha ou não dengue. “Geralmente faz se o exame de sorologia para dengue denominado Elisa após o 7º dia da suspeita dos primeiros sintomas da doença e se quer houve tempo. Outro exame que identifica se o paciente tem a doença ou não se chama NS1 que deve ser realizado até o 3º dia da suspeita, mas este não tínhamos como fazermos, porque o Governo do Estado nos mandou neste começo de ano cinco kits e todos já foram usados”. Outra maneira de realizar o NS1 é no laboratório pagando.