Diante dos avanços tecnológicos e das várias pesquisas meteorológicas voltadas à questão do aquecimento global, as cidades e os campos vêm sentindo e sofrendo as consequências das altas temperaturas. 

As causas para esse aumento devem-se ao desmatamento desenfreado de florestas para a extração de madeira e para a pecuária. Outro fator que contribui para essa situação são as propriedades que optaram por uma única espécie de cultura e neste caso, a que mais tange ao aumento das temperaturas é o cultivo da cana-de-açúcar, principalmente onde se praticam as queimadas, prejudicando o meio ambiente de uma forma geral.
Na cidade de São Paulo, no ano de 2014, foram registradas 2.252 quedas de árvores por temporais. Já na cidade de Maringá, no Paraná, considerada a mais arborizada do Estado, foram registradas no mesmo ano cerca de 400 árvores derrubadas por temporais. Para evitar esse transtorno, a prefeitura de Maringá faz um trabalho de controle de poda e corte de árvores que se encontram comprometidas e, para cada árvore cortada, faz-se o plantio de outra no lugar, permanecendo assim o sistema de arborização.
Ocorre que, mesmo com os temporais que atingem tanto São Paulo como Maringá, chega-se à conclusão de que as grandes áreas cobertas por concreto propiciam a queda dessas árvores. Além deste plano de podas e corte de árvores com risco de queda, em Maringá as calçadas possuem faixas de áreas verdes que são áreas de absorção de água. Já em São Paulo e em muitas outras cidades, como Dracena, executa-se o calçamento, o concretamento até o tronco das árvores, não deixando espaço necessário para captação das águas pluviais.
Se as cidades realizassem o plantio de árvores, o clima significativamente mudaria, propiciando sombra, purificando o ar, atraindo a fauna, diminuindo a poluição sonora, constituindo fator estético e paisagístico, diminuindo o impacto das chuvas, contribuindo para o balanço hídrico, valorizando a qualidade de vida local assim como, economicamente, as propriedades ao entorno.
As calçadas ecológicas são responsáveis por contribuir com a diminuição de alagamento de certos pontos das cidades, tendo em vista que elas não são inteiramente cobertas por concreto. Esse tipo de calçada, durante o período das chuvas, capta uma porcentagem significativa dessa água, o que contribui para o balanço hídrico, fazendo com que o restante escorra pelas guias de sarjeta.
Outro exemplo aqui por perto é a cidade de Mirandópolis que implantou as calçadas ecológicas, com o intuito de diminuir os pontos de alagamentos e arborizou os locais públicos, tendo em vista, o calor que atinge a região. Com isso, chegou a ser destaque, no dia 5/3/2015, em reportagem no SBT Interior.
Assim, com a participação da população e dos governantes, há a possibilidade de que levem e divulguem essa preocupação com o meio ambiente, partindo de nossas cidades e se espalhando para todas as outras que compõem a Região da Alta Paulista. Estabelecer objetivos e metas a serem atingidos: Criar para as cidades uma lei municipal que trate de viabilizar a implantação de calçadas ecológicas, com áreas de absorção, tanto em praças, parques, quanto em residências. Estabelecer, também, o critério de pelo menos uma árvore por residência e também para os lotes onde não há construção.
Portanto, pela condição jurídica de bem comum do povo, as áreas verdes, naturais ou arborizadas, podem e devem ser protegidas legalmente pela coletividade através das associações de bairro, por meio da ação civil pública, ou pelo Ministério Público, ou ainda pelo cidadão através de ação popular.
Afinal, por sua importância socioambiental, representam valores inestimáveis aos cidadãos, bem como às empresas que nada mais são do que a extensão de nossas atividades e consequentemente de nossos anseios de bem-estar.

*Integrante do Corpo de Bombeiros de Dracena.