Um novo tipo de leishmaniose, a cutânea, está sendo detectada neste ano pela Diretoria de Saúde de Junqueirópolis. Segundo a Vigilância Epidemiológica, até neste mês de abril, foram constatados no município, três casos de leishmaniose visceral, cinco cutânea e outros dois pacientes com suspeitas, aguardam resultados.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Márcia Gomes, dos cinco casos positivos e os dois suspeitos da leishmaniose cutânea, seis pacientes estiveram em um local de pesca, situado no rio Aguapeí (Feio), no sentido da divisa de Junqueirópolis e Guaraçaí, enquanto o sétimo paciente, que está com suspeita da doença, é trabalhador de uma usina de álcool.
“A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), está fazendo a investigação e se mobilizando para ações de controle”, informa a coordenadora, alertando para quem for pescar no mesmo local, no rio Feio ou nas proximidades, deve se precaver e utilizar repelentes de insetos.
Dos cinco casos confirmados da cutânea, segundo Gomes, três se recuperaram e dois estão em fase final de tratamento e dos três casos da visceral, registrados em março e abril, os pacientes passaram por tratamento e se recuperaram.
A coordenadora explica que até há pouco tempo, não havia casos da leishmaniose cutânea na cidade, nem na região. Situação que mudou e de acordo com Márcia, em outros municípios da região também estão sendo registrados casos da cutânea.
CUTÂNEA – Segundo explicações do médico Dráuzio Varella, a leishmaniose cutânea, ou tegumentar, é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida por diversas espécies de protozoários do gênero leishmania, que provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores (cavidades nasais).
O vetor, ou agente transmissor do protozoário é a fêmea infectada do mosquito Lutzomyia, conhecido popularmente por mosquito-palha, birigui, tatuquira ou cangalha, um inseto bem pequeno.
Roedores, marsupiais silvestres e animais domésticos podem servir de reservatório para os parasitas. A transmissão ocorre tanto nas matas quanto nas imediações dos domicílios, especialmente nas proximidades das áreas em que foi destruída a vegetação nativa. Uma vez inoculados no corpo humano, os parasitas se desenvolvem nos macrófagos, células que fazem parte do sistema de defesa do organismo.
VISCERAL – Leishmaniose visceral, ou calazar, é transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi.
Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.