A reportagem do Jornal Regional obteve informação extraoficial indicando que no Ambulatório Médico Especializado (AME) de Dracena, existe uma fila de espera de aproximadamente nove mil pessoas aguardando por atendimentos, exames e cirurgias.
Na sessão camarária da última segunda-feira, 15, os vereadores Divanir Ledo dos Santos e Moacir Shoiti Kanezawa apresentaram requerimento n.° 334/15, aprovado por unanimidade pelos outros edis, solicitando a Secretaria Municipal de Saúde informações sobre como está o agendamento de consultas, exames e cirurgias junto ao AME de Dracena, Presidente Prudente e outros órgãos.
Os dois vereadores questionam a quantidade de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) em relação à espera por especialidades para o agendamento de consultas, exames e cirurgias no AME local; a média de vagas que está sendo liberada por mês para agendar as consultas, exames e cirurgias junto ao AME e a outros órgãos.
Eles alegam que o requerimento apresentado foi devido à quantidade de munícipes dracenenses que reclamam da demora para ser atendido na unidade de saúde.
“O AME local acaba ficando sobrecarregado devido à falta de certas especialidades em outros munícipios que encaminham os pacientes para serem atendidos aqui na cidade. Devido o número de cotas serem baixas, por município, acarreta na demora de agendamentos de consultas, exames e cirurgias”, ressaltou Shoiti.
Além do requerimento encaminhado a Secretaria de Saúde, que terá que ser respondido pelo secretário da pasta, Nelson Bortolatto, os vereadores encaminharão ofício para Santa Casa, gestora do AME, solicitando as mesmas informações.
Divanir Ledo pontuou que consultas e cirurgias pequenas são realizadas na própria unidade e que as de maior complexidade em Presidente Prudente, onde as cotas não estão sendo suficiente para atender toda a demanda. “O caos maior é para atendimento e cirurgias na ortopedia, oftalmologia e urologia, em Dracena. Já os casos encaminhados para Presidente Prudente, os mais procurados são pela cirurgia de cardiologia que chega a ter pacientes aguardando de dois a três anos e os exames de ressonância magnética, com espera de até dois anos. Tem mês que não é nem feito cirurgia de cardiologia em Prudente, devido à cota ser tão baixa”, ressaltou.
O vereador afirmou ainda que existia uma lista de dois a três mil pacientes de Dracena aguardando por uma consulta com um oftalmologista. Para diminuir essa quantidade, a Prefeitura da cidade contratou um médico desta especialidade que atende semanalmente numa clínica em Tupi Paulista.
A Prefeitura disponibiliza van para levar os pacientes agendados para consulta na cidade vizinha, o que ocasionou diminuição nessa lista de espera, salientou o vereador.
Divanir Ledo garantiu, ainda, que a Prefeitura está fechando contrato com um grupo de médicos para fazer cirurgia de varizes e diminuir a lista que chega a três anos de espera.
“Nossa preocupação é levantar os fatos e ver o que pode ser melhorado em nível de Estado e buscar trabalhos e ideias para amenizar a lista de espera e agilizar os atendimentos”, concluiu.
NOTA – Conforme pedido da reportagem, a assessoria de imprensa do AME, na capital paulista, enviou nota sobre o assunto. No entanto, conforme o pedido, não foi citado se realmente existe uma fila de espera para as consultas, exames e cirurgias no Ambulatório. Segue a nota na íntegra: “O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Presidente Prudente esclarece que os AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) têm como objetivo promover o diagnóstico dos pacientes, ampliando a oferta de serviços ambulatoriais especializados, atendendo à necessidade regional nos problemas de saúde que não podem ser plenamente diagnosticados ou orientados na rede básica, pela sua complexidade, mas que não precisam de internação hospitalar ou atendimento urgente.
Vale ressaltar que o AME é uma unidade referenciada e recebe pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde dos municípios para qual é referência. O agendamento das consultas é feito pelos próprios postos de saúde, mediante sistema informatizado da Secretaria, que disponibiliza as vagas de acordo com a necessidade de cada cidade. Os próprios municípios controlam quais os pacientes que serão agendados.
Apesar de realizar pequenas cirurgias, os casos de maior complexidade são encaminhados para tratamento em outros serviços, uma vez que o objetivo do AME é o diagnóstico.
O AME Dracena é referência para 17 municípios da região de Presidente Prudente. No ano passado foram ofertadas 45 mil primeiras consultas e 15,5 mil exames. Até maio deste ano já foram ofertadas 18,7 mil consultas e 6,8 mil exames.
Por último, vale lembrar que a criação de serviços especializados não é uma prerrogativa do Governo Estadual, cabendo também aos municípios e a própria União. A instalação dos AMEs é definida após avaliação técnica da demanda por atendimentos ambulatoriais na rede pública de saúde de cada região”.