Na semana passada comemorou-se o dia do professor. Muitos deles estão revoltados porque não recebem das autoridade, de parte da população e dos alunos a consideração que fazem por merecer. Mas é como o dia da criança: não é porque alguns pais espancam crianças que elas perdem o mérito e não devem ser tratadas com amor e respeito.
O professor foi, é e será sempre o norteador de uma sociedade. É a causa maior de todo progresso que uma civilização pode ter. É o guia que todos precisam para qualquer tipo de vida exitosa. Não importa o grau de reconhecimento que lhe dediquem. Há “cegos” em todos os setores do governo, da sociedade e até mesmo nas escolas. Muitas delas deixam a data passar em branco como se a homenagem devida a eles fosse apenas um motivo para que não houvesse aula.
É muito mais que tudo isso. Todo pai que preza seus filhos preocupa-se em lhe dar uma instrução esmerada porque sabe que, sem a cultura repassada pelo professor, seus filhos terão um futuro de miséria. Os próprios pais reconhecem que não têm capacidade de ensinar aos seus rebentos as noções de que eles necessitam para terem uma vida adulta de sucesso. Por isso, recorrem aos professores, que eles julgam mais capacitados, para proporcionarem aos filhos esse futuro promissor que tanto almejam.
Porém, neste 15 de outubro, quantos pais se lembraram de emitir uma nota de agradecimento aos mestres a quem tanto devem? Quantos reforçaram os conselhos sobre o respeito e consideração que seus filhos devem ter em relação aos professores? Quantos exigiram das autoridades escolares que a figura do professor fosse devidamente homenageada nesse dia e respeitada em todos os outros dias?
Muita gente se decepcionou porque o atual governo do Estado de São Paulo, que sempre foi um Estado que mostrou muita consideração por seus mestres, hoje se mostra inteiramente insensível a essa carreira, que é o esteio da Nação. Apenas isso é a sequência de um plano estadual de desmonte da escola estadual, visando se livrar dos encargos financeiros que ela traz ao erário público.
Assim, não há o reconhecimento dos méritos da profissão, de uma recomposição salarial, servindo de estímulo aos pais para que levem seus filhos para escolas particulares, retirando essa despesa das costas do governo estadual. Não há estímulo para os jovens seguirem a carreira de mestres, uma vez que o salário de um professor do estado não ultrapassa em muito o de empregada doméstica ou de um cortador de cana, que não têm necessidade de estudo anterior, pouca responsabilidade e seu tempo fora do trabalho é apenas para si e não para corrigir trabalhos e provas ou preparar aulas.
E tem dado certo para o governo, pois ele tem sido reeleito em primeiro turno com o auxílio de muitos pais e mestres. Isso é sinal evidente de aprovação de seus méritos e métodos.
Agora mesmo o governo planeja uma reorganização das escolas, transformando escolas em apenas de 1º grau e outras de apenas 2º grau, não importando se com isso os alunos terão que se deslocar quilômetros para chegarem até suas escolas. Isso vem contrariar objetivos de anos atrás, quando se dividiu as cidades em setores para que os alunos não saíssem de seus setores, evitando a travessia de avenidas ou ruas muito movimentadas para que não sofressem acidentes. Parece que a segurança dos alunos, agora, não é mais preocupação do governo. O importante é a economia estatal.
Se os pais não prestigiarem os professores, os alunos farão o mesmo e o governo jamais investirá num setor que nem conta com a total simpatia de seus eleitores. Isso, apesar de que, no mundo inteiro, é o mestre o profissional mais respeitado. Nesse assunto, andamos na contramão.

Até quarta-feira
therezapitta@uol.com.br
– Dracena-