Dagmar Aparecida Cynthia França
Hunger*
Oscar D’Ambrosio**
O professor do Instituto de Química da Unicamp Fernando Galembeck, em 1990, já apontava que a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior são tanto objeto de estímulos como de desconsiderações por parte de governos, seus órgãos e agentes. Nesse sentido, não causa surpresa que os grandes veículos de imprensa publiquem informações e opiniões sobre os gastos, as virtudes e os defeitos das universidades públicas. E assim deve mesmo ocorrer, pois se tratam de i n s t i t u i ç õ e s de formação acadêmica e científica que dependem prioritariamente de recursos públicos para o desenvolvimento, aprimoramento e avanço das suas atividades de ensino, pesquisa e assessorias científicas. A esse contexto, dois fatores podem ser somados. Um deles é a existência, nos dias atuais, de efetivo sistema aprimorado de avaliação sistemática do desempenho das universidades públicas, ao qual todo cidadão tem acesso às informações em tempo praticamente real. O outro foi apontado na 67ª Reunião da SBPC, que aconteceu, em julho, na cidade de São Carlos, SP, por Nísia Trindade Lima. Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunica- ção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ela ministrou uma aula da história da divulgação científica no
país e apresentou um resumo de como, da monarquia aos tempos atuais, a comunidade científica e a popularização da ciência caminharam juntas ao longo da história do país, destacando o importante papel de Edgar Roquette Pinto, autor da emblemática frase: “Eu quero tirar a ciência do domínio exclusivista dos sábios para entregá-la ao povo”. Portanto, observadas cada vez com maior atenção pela imprensa e pela sociedade, as universidades públicas paulistas têm desempenhado, com excelência e em conformidade com frequentes avaliações, a sua missão formadora e científica, correspondendo eficientemente ao acoplamento e n s i n o  p e s q u i s a  e x t e nsão dos conhecimentos científicos. São Instituições Cientí- ficas que preparam um significativo número de profissionais para um exigente 
mundo do trabalho nacional e internacional, constituí- das por grupos de intelectuais-docentes, estudantes e técnico-administrativos, que se dedicam integralmente e exclusivamente, durante anos de suas  vidas, para atender majoritariamente e simultaneamente a um ensino, pesquisa e extensão científica exemplar e de excelente qualidade, despertando, detectando e encaminhando uma nova geração de profissionais diferenciados para uma melhor sociedade brasileira. Assim, gradualmente, as inegáveis e incontestáveis contribuições intelectualc i e n t í f i c a s das referidas i n s t i t u i ç õ e s na formação
de estudantes e futura atuação de profissionais em prol da concretização do projeto nacional país Brasil vão ganhando espaço e visibilidade, consolidando uma Educação Superior de excelência, sequiosa por
novas conquistas culturais e sociais.
*Dagmar Aparecida
Cynthia França Hunger
é doutora em Educação
Física e diretora da Faculdade de Ciências da
Unesp em Bauru.
**Oscar D’Ambrosio
é doutor em Educação,
Arte e História da Cultura e assessor-chefe de
Comunicação e Imprensa da Unesp.