O setor de vestuário fechou no ano passado 60 mil postos de trabalho no País, reduzindo o número de vagas disponíveis em 4,3% em relação a 2014, para 1,34 milhão de pessoas empregadas. A informação foi divulgada pelo Sindicato das Indústrias de Vestuário e Confecção do Estado de São Paulo (Sindivestuário).
O número ficou em linha com a projeção mais pessimista feita pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que esperava para o ano uma redução na força de trabalho do setor entre 40 mil e 60 mil postos de trabalho.
“A população está com muito medo de perder o emprego e não gasta, a economia não gira e as empresas demitem para fechar a conta. Se tudo continuar como está, a previsão é de retração de 10% a 15% no setor neste ano em relação a 2015”, afirma Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário.
De acordo com o executivo, a produção de vestuário no País teve queda de 35% no ano passado. O levantamento mais recente do IBGE indicou que a produção do setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios teve queda de 10,4% no acumulado de janeiro a novembro. A produção de produtos têxteis caiu 14,2%.
Ainda de acordo com o Sindivestuário, o volume de demissões é explicado pelo fechamento de quase 2 mil pequenas e médias confecções em todo o país. Em São Paulo, 390 empresas fecharam as portas. No Estado, o fechamento de postos de trabalho chegou a 25 mil.
Masijah acrescentou que as indústrias do setor dependem das vendas de Natal para ter capital de giro e sobreviver no primeiro semestre, quando as vendas são mais fracas. “Não temos ainda o dado fechado, mas a estimativa é que as vendas de Natal tenham caído por volta dos 10%. O cenário indica que as indústrias tendem a fazer fortes demissões também no primeiro semestre de 2016”, disse o executivo.