O inverno terá início na próxima semana, na terça-feira, dia 21, e o frio este ano já mostrou sua força. Na região do Oeste Paulista, onde geralmente as temperaturas são bem elevadas, a população está sofrendo nestes últimos dias, quando as mínimas registradas caíram para abaixo de 10ºC.
Conforme a meteorologia, de hoje, 15, até o próximo domingo, a mínima será de 15°C, com máximas variando de 28° a 29°. A tendência é de que o frio continue.
PARANÁ – A queda de temperaturas e a ocorrências de geadas nos últimos dias levaram a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento a considerar possíveis perdas na agricultura. A principal cultura em campo atualmente no Paraná e que está mais vulnerável ao frio é o milho da segunda safra, que ocupa cerca de dois milhões de hectares plantados.
O diretor do Departamento de Economia Rural, Francisco Carlos Simioni, afirma ser difícil dimensionar as perdas neste momento, porque os danos causados pela geada só podem ser quantificados de seis a oito dias após a ocorrência. Ele adianta que, até o fim deste mês, a Secretaria da Agricultura terá um levantamento mais completo, com base técnica, para não causar apreensão ao mercado e aos consumidores, pois perdas de produção geralmente resultam em elevação de preços.
“A estimativa de colher 12,1 milhões de toneladas do grão pode não se confirmar”, diz Simioni, salientando que é preciso ter cautela e atenção nas avaliações. O impacto deverá ser sentido pelas cadeias produtivas da suinocultura, avicultura e bovinocultura de leite, que já estão enfrentando preços altos do milho com a escassez do produto. “A tendência é que o preço do milho fique sustentado para os próximos meses”, disse Simioni.
No Paraná, os preços do milho já estão superando os R$ 40,00 a saca nos preços pagos ao produtor.
“Este é um reflexo do plantio recorde de soja que vem ocorrendo no Estado, nos últimos anos, na safra de verão. A decisão de optar por plantar preferencialmente soja na safra de verão, deixando o milho para janeiro ou fevereiro, aumenta o risco de perdas com geadas”, diz o diretor do Deral.
Segundo ele, nos últimos três anos o inverno no Paraná foi ameno e não ocorreram perdas significativas, o que não está se verificando esse ano. Ele lembra ainda que as chuvas causadas pelo fenômeno El Niño, em fevereiro, atrasaram a colheita de soja no Paraná, com mais intensidade no Norte e Noroeste do Estado. Isso provocou o atraso no plantio do milho segunda safra e aumentou o risco de perdas por geadas. (Com informações Bonde News).