Os preços do diesel (comum e S-10), da gasolina e do etanol ficaram, respectivamente, 7%, 10% e 17% mais caros em julho de 2016, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) – que levanta os valores médios cobrados pelos combustíveis na bomba – no mês passado, o litro da gasolina estava em R$ 3,64, frente a R$ 3,29 de julho de 2015; o diesel comum passou de R$ 2,80 para R$ 3,01; o S-10 saltou de R$ 2,95 para R$ 3,16; e o etanol, que teve o acréscimo mais expressivo, fechou o mês passado a R$ 2,45, contra a média de R$ 2,08 cobrada em julho de 2015.
O economista e professor do IFG (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás) Adriano Paranaiba diz que diversos fatores explicam esse movimento. Destaca, entre eles, o efeito dos tributos, como PIS, Cofins, ICMS e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Alerta, além disso, para os efeitos negativos de um eventual aumento na Cide – alternativa estudada pelo governo federal para aumentar a arrecadação – sobre a economia. “Todas as cadeias econômicas seriam influenciadas, tudo o que precisa ser movimentado, por causa da nossa opção de matriz energética para o transporte ser fundamentada essencialmente sobre o rodoviário. O governo cria ciclos viciosos ao aumentar esse tipo de imposto, pois aumenta o preço do combustível, que é o insumo de tudo o que é produzido no Brasil, promovendo mais inflação. E isso vira uma bola de neve”, analisa.
O economista também cita o papel da Petrobras. “Estamos em um momento de baixa histórica do petróleo no mundo. Mas, no Brasil, a Petrobras tem o controle do refino e distribuição, fixando os valores. E a empresa está necessitando controlar seu orçamento, seu caixa, para arrumar o descontrole que houve e compensar as perdas do passado”, explica.
Em julho deste ano, o barril do petróleo ficou, na média, em US$ 42, quase 20% menos que em julho de 2015 e aproximadamente 60% abaixo de julho de 2014.
A boa notícia para motoristas de veículos de passeio é que, ao longo deste ano, houve uma leve redução nos preços. Para se ter uma ideia, em março deste ano – mês em que os valores foram os mais altos – a média da gasolina chegou a R$ 3,73 e a do etanol a R$ 2,86. Já o diesel se manteve estável ao longo dos primeiros sete meses deste ano. O comum oscilou entre R$ 3 e R$ 3,02 e o S-10 variou de R$ 3,14 a R$ 3,16.
Conforme Paranaiba, a variação, nesse caso, está relacionada ao período da safra da cana-de-açúcar, principal matéria-prima para o etanol (que integra 27% da gasolina comercializada aos consumidores). Na entressafra, que vai de dezembro a abril, os valores tendem a ficar mais altos, impactando nos preços desses combustíveis.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS / Confederação Nacional do Transporte