Um fato inédito na história do Judiciário dracenense aconteceu ontem, 13, de manhã, no Fórum de Dracena, durante o julgamento de um caso de tentativa de homicídio. Um dos sete integrantes do corpo de jurados na hora em que a sessão foi suspensa no intervalo para o almoço pediu para falar com a juíza que presidia os serviços e declarou a ela que na infância tinha sido amigo do réu que estava sendo julgado.
Diante da situação que nunca aconteceu em julgamentos já realizados na cidade, a juíza Aline Tabuchi da Silva, da 1ª Vara Judicial explicou o ocorrido e informou que todo o corpo de jurados tinha sido dissolvido e a sessão cancelada.
Segundo informações, o jurado que causou essa situação teria dito que conhecia o réu pelo apelido, ainda na infância, e que ficou longe dele por 10 anos e só o reconheceu quando olhou para o rosto dele durante o julgamento.
A sessão estava transcorrendo dentro da normalidade e, inclusive, testemunhas do caso e o réu já tinham sido ouvidos. Após o intervalo do almoço a sessão iria retornar para os debates entre acusação e defesa, porém não aconteceu em virtude da declaração do jurado que pegou todos de surpresa.
O réu acusado da tentativa de homicídio, Rafael Silva de Paula, vulgo Buiú, de 30 anos, retornou para a penitenciária em Andradina onde está preso. Ele é acusado de no dia 16 de dezembro de 2011 ter tentado matar um homem, no distrito de Jaciporã com sete tiros.
Além da juíza, trabalhou na acusação, o promotor de justiça Rufino Eduardo Galindo Campos e como escrivão, Marcos Pelozi.
O promotor declarou ao Jornal Regional que já trabalhou em cerca de 100 sessões do Tribunal do Júri e esta foi a primeira vez que aconteceu de um jurado, após todo o julgamento ter sido iniciado, declarar que tinha amizade com o réu.
Um novo julgamento deverá ser marcado pelo Tribunal de Justiça para julgamento desse processo.