O novo Chevrolet Cruze foi lançado oficialmente no mercado brasileiro, e já conta inclusive com sistema de configuração on-line, tendo sido elogiado pelo conjunto motriz moderno, com motor 1.4 Turbo, suavidade de funcionamento.
O modelo conta com baixo coeficiente aerodinâmico (Cx 0,29), mas isso exigiu uma frente muito baixa, o que acabou requerendo soluções exóticas, como a de colocar a bateria no porta-malas. E essa posição não usual obriga a levar toda a fiação elétrica pela carroceria do carro, incorrendo em perdas de corrente, reduzindo a eficiência da mesma.
Outro aspecto estranho está na grade dianteira, que foi claramente desenvolvida para ser usada nos EUA, onde não é necessário usar placa de registro frontal. No Brasil, porém, a colocação de um porta-placas na parte inferior da grade, que funciona como para-choques, é inadequada. É evidente que até mesmo pequenas encostadas de placa em manobras de estacionamento tendem a afetar e danificar essa porção inferior da grade.
E, finalmente, o modelo não oferece, nem como opcional, um teto-solar panorâmico, algo bastante apreciado por consumidores desse tipo de carro.
INTERIOR – O interior do Novo Cruze tem problemas também. Começa com a tonalidade clara do acabamento da verão topo de gama, a LTZ, que ressalta a diferença de qualidade entre os materiais de revestimento dos bancos e da parte inferior do painel relativamente à parte superior, onde há plástico duro. Em um modelo de preço acima de R$ 90 mil, espera-se encontrar um revestimento da parte superior do painel emborrachado (como os do Golf e Jetta), algo não presente no Cruze.
PAINEL NÃO É EMBORRACHADO – É importante considerar que o uso de um material emborrachado no painel de instrumentos, no lugar do plástico duro que a GM adotou no Cruze, não é apenas uma questão estética, mas, sobretudo, uma garantia de um interior silencioso e livre de grilos por um longo período de tempo. E esses são os motivos, mais que a questão estética, pelos quais são adotados em carros premium, e em outros não premium também, como Golf, Jetta, Focus e Citroen C4 Lounge.
No caso dos painéis feitos em plástico duro, as peças se soltam com o tempo e passam a produzir ruídos e rangidos, inaceitáveis em carros dessa categoria.
SUSPENSÃO TRASEIRA INADEQUADA – O novo Cruze tem um ajuste de suspensão macio e suave, mas ao que parece a GM exagerou na dose, fazendo com que o Cruze se torne algo desconfortável em valetas e lombadas, sobretudo em função do balanço dianteiro – muito longo e baixo – facilitar as raladas em desníveis e outros obstáculos.