O capítulo vinte e seis do Livro de Atos dos Apóstolos narra o discurso de Paulo perante o rei Agripa, depois de ser conduzido preso a este por Festo, governador da Judéia. Paulo faz a sua defesa, na verdade defendendo mais a sua fé em Jesus Cristo do que a si mesmo. Ao fazer sua sustentação oral, Festo interrompeu a defesa de Paulo e disse em alta voz: “Você está louco, Paulo!
As muitas letras o estão levando à loucura! Respondeu Paulo: “Não estou louco, excelentíssimo Festo. O que estou dizendo é verdadeiro e de bom senso” (Atos 26.24, 25).
Certamente todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que diante de alguém importante, uma autoridade, muda sua postura da água para o vinho. Mesmo que seja um crítico contumaz diante das pessoas, ao se deparar com os grandes é sempre cheio de confetes.
Bíblia traz o exemplo de vários homens de Deus que foram enviados por Ele para confrontar os poderosos de suas épocas. Podemos citar, entre outros, Moisés, Daniel, Elias… Eles os enfrentaram em nome do Senhor mostrando que, quem tem Deus como autoridade máxima, não retrocede perante as autoridades terrenas.
Paulo era uma dessas pessoas cujo encontro com Deus colocou todas as outras autoridades como instrumentos, sem autonomia própria, sem aptidão para decidir contra os altos desígnios do Altíssimo, o Nome acima de todo o nome! Isso lhe dava autoridade para falar o que deveria ser falado.
Diante de Festo e do rei Agripa, ele falou que Deus o livrou das mãos dos inimigos para que ele tivesse testemunhando diante das autoridades. Festo o rotulou de louco. Paulo teve a ousadia de contestar e reafirmar o bom senso de sua mensagem. Poucos teriam coragem de enfrentar alguém que poderia mandar executá-los. Para o apóstolo Paulo, a incumbência recebida de Deus era muito mais importante do que sua própria vida.
Somos vitoriosos quando colocamos a vontade de Deus para nós como prioridade! Quando nos dispomos a fazer a vontade de Deus, mesmo desagradando a homens, corremos o risco de perdermos o nosso emprego, dinheiro, um cargo de chefia, e até a nossa própria vida. Mas quando estamos conscientes da missão que o Senhor confiou a nós, não tememos.
É necessário rogarmos continuamente ao Senhor que nos tire o medo, que nos dê sabedoria e coragem, que abra nossa boca sempre que Sua mensagem tiver que ser entregue, anunciando às pessoas o que elas precisam e não o que querem ouvir.
*Pastor e missionário presbiteriano