O grupo hacker Fancy Bears divulgou ontem 3, uma nova lista de documentos da Agência Mundial Antidoping (Wada) que mostra atletas autorizados pela entidade internacional a consumir, por período específico, determinadas substâncias da lista de medicamentos proibidos. E, pela primeira vez, o lote conta com um atleta brasileiro: o agora medalhista olímpico Diego Hypolito.
Diego, prata no solo nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, foi autorizado em 2007, ano em que foi campeão mundial no mesmo aparelho, a se utilizar de três substâncias proibidas. Dexamethasone, de 14 a 29 de julho, formorol e budesonide, ambas de 15 a 29 de julho.
A Autorização de Uso Terapêutico (AUT) foi concedida por Cláudio Araújo, então representando a Organização Desportiva Pan-Americana, a Odepa. A entidade é a responsável pelos Jogos Pan-Americanos, que ocorreram exatamente entre 13 e 29 de julho. Na competição, Diego ganhou o ouro tanto no solo quanto no salto e ainda ajudou o Brasil a ficar com a prata por equipes.
Ainda que o Fancy Bears trate essas revelações como um escândalo de doping, versão defendida pela comunidade esportiva ligada à Rússia, essas autorizações são regulares no esporte. Etiene Medeiros, por exemplo, testou positivo este ano para um medicamento para o tratamento de asma, mas ela tinha uma AUT que autorizava o uso do remédio.
O lote divulgado nesta segunda-feira inclui atletas de 14 países, sendo Diego o único brasileiro. Tiveram documentos vazados, entre outros, a nadadora australiana Emily Seebohm, o francês Fabien Gilot, também da natação, o judoca japonês Masashi Ebinuma, e o triatleta britânico Alistair Brownlee.