Pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) aponta que a maioria dos jovens brasileiros considera a educação profissionalizante uma importante via de acesso ao primeiro emprego. O estudo “Os Jovens, a Educação e o Ensino Médido”, divulgado hoje, revela que 76% dos que frequentam, frequentaram ou pretendem fazer um curso técnico avaliam o diploma como vital para ingressar no mercado de trabalho mais rapidamente e 79% o consideram importante para seu futuro profissional com um todo.
Os dados foram obtidos a partir de entrevistas feitas com 2.002 jovens de 13 a 18 anos, entre os dias 8 e 18 de outubro. Do total de entrevistados, apenas 16,6% cursaram ou estão cursando o ensino técnico. Mas quase 51% dos que nunca frequentaram o ensino profissionalizante manifestaram o desejo de fazê-lo. Trinta e quatro por cento disseram não ter pretensão de se matricular em um curso técnico e pouco mais de 13% não souberam responder à pergunta.
Do total de entrevistados, 42% consideram boa a qualidade do ensino técnico oferecido no Brasil. Quase 8% a consideram ótima e 29%, regular. Quatro por cento dos entrevistados avaliam o ensino técnico como ruim (2,9%) ou péssimo (1,1%) e quase 16% dos jovens não souberam responder. Os cursos são mais bem avaliados nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, onde mais da metade dos entrevistados os consideram bons ou ótimos.
Embora a ampla maioria não tenha apontado aspectos negativos, as críticas mais ouvidas pelos entrevistadores foram a curta duração dos cursos e a pouca oferta, seguida pela crença de que a carreira profissional seria pouco promissora e a formação ruim.
As críticas não encontram eco entre a parcela dos entrevistados que cursaram ou estão cursando o ensino técnico. Nesse público, que equivale a apenas os 16,6% dos jovens ouvidos, a ampla maioria disse estar bastante realizada com sua formação. Além disso, 48% deles pretendem fazer um segundo curso técnico.
Passaporte para o primeiro emprego
Segundo o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, a educação profissional é sim um passaporte real para o primeiro emprego. “É o que acreditam os jovens, que apontam que o curso técnico tem elevada importância no seu futuro”, comentou.
Para Lucchesi, é preciso fortalecer o ensino profissionalizante para resolver o “problema da matriz educacional brasileira”. “Há um pequeno contingente de jovens que fazem a educação profissional junto com a regular, mas, segundo outras pesquisas que realizamos, 90% dos brasileiros creem que a educação profissional vai dar mais oportunidade para os jovens ingressarem no mercado de trabalho e resultará em melhores salários”, comentou o diretor-geral.
O Senai foi citado pela maioria dos entrevistados (22%) como sendo a principal instituição de ensino técnico do país. Em seguida vieram o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac – 11%); as ETECs (10%); os institutos federais (9%); o Serviço Social da Indústria (Sesi – 5,9%) e as Faculdades de Tecnologia (Fatec – 2,6%).
Além de apontar a educação profissional como um “passaporte real para o primeiro emprego”, com maiores possibilidades de progresso na carreira, Lucchesi destacou que o ensino técnico pode auxiliar os jovens de menor poder aquisitivo a, posteriormente, frequentarem um curso universitário.
“O ensino técnico não é excludente do ensino superior. Muitas vezes, é o caminho que vai viabilizar o prosseguimento dos estudos, já que o jovem de menor poder aquisitivo terá uma carreira, um trabalho que possibilite que ele curse uma faculdade”, acrescentou o diretor-geral.