A Polícia Civil de Presidente Epitácio investiga a causa da morte de uma adolescente de 15 anos que estava grávida de oito meses. A jovem morreu neste sábado (11), na Santa Casa da cidade. A família registrou um Boletim de Ocorrência alegando que houve demora na realização da transferência da adolescente para o Hospital Regional de Presidente Prudente.

Segundo o tio da vítima, Rafael Rocha Marques, a garota chegou na unidade de saúde por volta das 10h deste sábado (11) passando mal, após ter comido um lanche na noite de sexta-feira (10), e morreu às 19h50 depois de ter várias paradas cardíacas.“Ela disse que não estava bem e foi para o hospital. Ficou em observação, o quadro de saúde acabou piorando e a pressão subiu demais. O hospital nos informou que ela precisava ser transferida, mas não tinha vaga para fazer o procedimento até Prudente”.

Marques contou ao G1 que os médicos informaram à família que tentavam regularizar a pressão arterial da adolescente e que o quadro de saúde não mudava. “Eles só nos falavam isso durante toda a tarde, mas não providenciavam a transferência. Quando foi por volta das 18h, ela teve várias paradas cardíacas e em decorrência disso, a bebê morreu. Aí, conseguiram uma ambulância para fazer a transferência, mas isso demorou, pois o motorista ainda foi na casa dele buscar o celular”, afirmou o tio da jovem.

Rafael ainda afirmou ao G1 que no momento em que a equipe médica colocava sua sobrinha dentro da ambulância, ela teve mais três paradas cardíacas. “Eles estavam embarcando ela quando ocorreu as novas paradas. Nesse momento, voltaram a levá-la para dentro do hospital e alguns minutos depois, nos informaram que ela havia morrido”, explicou.

A situação indignou os familiares da adolescente que após tomarem conhecimento do óbito, foram à delegacia para realizar o registro. “Acompanhei minha sobrinha no hospital e eles demoraram muito para tomar uma atitude. A gravidez dela foi muito tranquila, sem problema nenhum. Alguma coisa poderia ser feito para tentar salvar uma das duas, mas não. Acho que faltou falta de preparo da equipe médica”, desabafou Rafael.

O tio da adolescente ainda relatou ao G1 que a família solicitou que fosse feito a retirada da bebê. “O caixãozinho dela foi colocado dentro do próprio caixão da mãe, próximo das pernas. A bebê se chamaria Ana Clara. É uma dor muito grande”, finalizou Marques.

O corpo da adolescente foi sepultado às 16h30 deste domingo (12), no cemitério de Presidente Epitácio. Ela morava há cerca de dois anos com um adolescente de 17 anos, pai da bebê, no Bairro Monte Castelo.

Investigação
O delegado Márcio Fiorese informou ao G1 na tarde deste domingo (12) que o caso foi registrado como comunicação de óbito e a Polícia Civil aguarda o laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para dar prosseguimento a investigação.

“O resultado do SVO vai apontar a causa da morte e a partir daí, vamos dar andamento no caso. A família fez o registro alegando demora no encaminhamento para o hospital de Presidente Prudente, mas só poderemos concluir o que houve, após o resultado do exame”, explicou o delegado ao G1.

Santa Casa
G1 entrou em contato na tarde deste domingo (12) com o provedor da Santa Casa de Presidente Epitácio, Francisco Nascimento Feitosa, mas ele informou que não estava na cidade e que a unidade se pronunciará através de nota nesta segunda-feira (13).