Nem todo usuário do app G1 Enem está batalhando por uma vaga no ensino superior: alguns acessam só por diversão. É o caso do primeiro colocado no ranking do Rio de Janeiro, o estudante Danilo Soares do Nascimento, de 24 anos. Ele baixou o aplicativo em 2016, quando prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em busca de uma bolsa no Programa Universidade Para Todos (Prouni). Não conseguiu a vaga, mas continua jogando por diversão.

“Tenho usado agora porque estou de férias da faculdade. Acho o app desafiante, ainda mais a parte de matemática”, diz o jovem, que cursa o 8º semestre de engenharia civil em uma universidade particular, a Unigranrio. Além do curso, que ele faz de manhã, às tarde ele trabalha como fiscal rodoviário em uma empresa de ônibus na Baixada Fluminense para poder custear as despesas com o curso.

 

“O aplicativo dá pouco tempo para responder, essa pressão é a mesma usada no Enem. Tem que responder o mais rápido possível, e mesmo errando, é bom para aprender a resposta certa”, diz ele.

 

No Enem, o tempo de resposta por questão é maior que os 30 segundos permitidos pelo aplicativo, mas a pressão é ainda mais forte. “Muitas questões podem ser resolvidas pela lógica, então tem que treinar essa parte. Tem que prestar atenção aos mínimos detalhes do enunciado, eu mesmo errei uma questão muito simples no Enem 2016 porque não li com cuidado o que estava escrito. Fiquei bem chateado”, comenta Danilo.

Do Recife para o Rio

Natural de Recife, o jovem estudou na rede pública durante toda a educação básica. Quando fez 18 anos, se mudou para o Rio de Janeiro, para trabalhar e tentar a vida. Ele escolheu o curso superior por sugestão de um conhecido. “Um amigo me deu a ideia de fazer engenharia civil, porque eu gosto de cálculo e outros assuntos relacionados a obras”, lembra.

 

O rapaz entrou para o ensino superior sem nunca passado pelo Enem: só fez o exame em 2016, para tentar uma bolsa de estudos do Prouni na faculdade em que já está matriculado.

“Como engenheiro, quero ser reconhecido, projetar obras importantes, ter um salário melhor… Ainda estou na dúvida quanto à área em que quero atuar, mas acredito que vou me sair bem na área de estruturas, ou como calculista”, afirma.