Desde o final da semana passada, moradores de Dracena com o apoio de líderes que representam o Fundo Nacional de Luta (FNL), começaram a demarcar os terrenos com estacas e cordões, delimitando áreas às margens da ferrovia na cidade.

O caso repercutiu na cidade chamando a atenção de munícipes e autoridades. A reportagem do JR esteve na tarde de ontem, percorrendo o trecho da linha férrea e ouviu famílias que estavam no local.

Hoje em uma página de classificados de vendas na rede social, podia ser observado anúncio vendendo lotes por R$ 25 mil “ao lado da linha do trem”.

Segundo o representante da coordenação e líder do FNL, Roberto Bueno, até domingo, 28, quando houve a reunião dos representantes do Fundo Nacional com os interessados na área, no centro comunitário do Jardim Santa Clara, 672 famílias haviam se cadastrados para tomar posse das terras. Ainda segundo ele, esse número de famílias inscritas ultrapassou de mil após o encontro realizado. Conforme Roberto, desde quinta-feira da semana passada, interessados começaram a demarcar os terrenos, roçar e limpar a área para levantar as casas. “O que é da União é do povo. A luta é para ter moradia ao povo de forma digna”, disse Roberto sobre a reivindicação dos interessados nas terras em Dracena.

O mesmo movimento que nota-se no município quanto à ocupação das terras da antiga linha do trem ocorre também segundo o líder, nas regiões de Bauru, Hortolândia e Campinas. 

Roberto frisou: “Em Dracena, moradores que não possuem casa própria acabaram demarcando os terrenos desde o bairro rural Iandara até a Pousada Bom Samaritano”.

O pedreiro Nelson Marton Filho, 27, casado, pai de dois filhos e com renda mensal de R$ 1.800, falou na tarde de ontem, com o JR. Segundo ele, não possui moradia própria e vive de aluguel em uma casa no Jardim Brasilândia. 

Conforme Nelson, desde sábado, 27, ele e a família começaram a ocupar o terreno demarcado. Ainda de acordo com o pedreiro, o mato foi roçado e materiais de construção civil já foram levados para o local. Ele afirmou que a previsão é que na próxima semana, a casa de alvenaria comece a ser erguida na área da linha férrea.