A Agência Internacional de Energia (AIE) anunciou hoje (5) que prevê um aumento da produção de petróleo no Brasil, Canadá, na Noruega e sobretudo nos Estados Unidos (EUA), o que bastará para atender à demanda mundial nos próximos dois anos. A informação é da Agência EFE.
No relatório anual sobre os mercados do petróleo, apresentado como parte da conferência energética IHS CERAWeek em Houston, no Texas, a AIE garantiu que a partir de 2020 “será necessário mais investimento para impulsionar a produção” mundial.
“A indústria do petróleo ainda não se recuperou dos dois anos de queda sem precedentes do investimento, registrada em 2015 e 2016”, acrescenta o relatório. Para 2017 e este ano, a entidade vê um investimento “muito baixo ou nulo” fora dos EUA.
Nos próximos três anos, só os aumentos (de produção) dos Estados Unidos cobrirão 80% do crescimento da demanda mundial, enquanto o Brasil, Canadá e a Noruega serão capazes de cobrir o restante”, de acordo com o relatório anual da AIE.
“Os Estados Unidos estão prontos para deixar a sua marca nos mercados de petróleo mundiais durante os próximos cinco anos”, disse, na abertura do relatório para o quinquênio, o diretor executivo da AIE, o turco Fatih Birol, que se mostrou preocupado com o “fraco investimento global”.
Além de satisfazer o “sólido crescimento” da demanda previsto, “o mundo necessita substituir 3 milhões de barris diários de queda a cada ano (pelo esgotamento de campos de petróleo), o equivalente à produção do Mar do Norte”, acrescentou.
No âmbito da demanda, a força da economia mundial precisa respaldar “sólidos incrementos”, assegura o relatório, que cita a pauta de crescimento global de 3,9% do Fundo Monetário Internacional (FMI) para os próximos anos, com bom desempenho em praticamente todas as regiões.
O relatório atribui a maior parte do aumento da demanda mundial de petróleo à produção de produtos petroquímicos usados para elaborar artigos de cuidado pessoal, comidas, conservantes, adubos, móveis, pinturas e lubrificantes para automóveis, particularmente nos Estados Unidos e na China.
“Esperamos que a demanda cresça a uma taxa média anual de 1,2 milhão de barris diários. Para 2023, a demanda de petróleo alcançará os 104,7 milhões de barris diários, com aumento de 6,9 milhões desde 2018”, diz o relatório.
O documento indica que o crescimento do consumo de petróleo da China precisa diminuir, devido à aplicação das políticas ambientais implementadas para reduzir a poluição, especialmente pelo fomento dos ônibus elétricos e de caminhões que consomem gás natural, em detrimento do gasóleo.
Apesar disso, a AIE prevê que, como vem ocorrendo nos últimos anos, a China e a Índia somarão quase a metade da demanda mundial de petróleo, e se o aumento da demanda chinesa desacelerar, a indiana “aumentará ligeiramente”.
Com isso, se o ritmo de crescimento da demanda alcançar 1,4 milhão de barris diários neste ano, para 2023 terá diminuído para 1 milhão de barris diários, de acordo com essas previsões.